Existem muitas abordagens sobre a Comunicação intra-pessoal e também corporativa. Quando falo em comunicação podemos ser tão abrangentes quanto o campo que desejamos alcançar e, ao mesmo tempo, ser muito específico: Comunicação intra-pessoal entre os colaboradores, como colegas de trabalho; Comunicação Chefia <-> Colaboradores; Comunicação com os clientes (desde pessoal pelos canais de venda até posicionamentos de marca). Em cada um destes níveis poderemos notar como existem tantas variáveis quanto a diferença humana. Pois, quando comunico, todo o meu ser, corpo, mente e alma entra em contato com o outro, que também assim o faz, mesmo quando não o desejamos, a simples presença, comunica.
Neste texto, vamos pinçar alguns elementos essenciais da comunicação:
A fórmula da comunicação
Esta é a fórmula básica da equação da comunicação:
QUEM |
<–> |
O QUÊ |
<–> |
QUEM |
Alguém comunica |
Um conteúdo, através de um canal |
A alguém |
Matematicamente funciona que é uma beleza, mas nós humanos, funcionamos mesmo é de forma imprevista, além da previsibilidade do cálculo.
Então, quando a comunicação se inicia podemos nos perguntar sobre O Comunicador, o recebedor e o canal:
- Sei quem sou?
- Conheço meu jeito de funcionar?
- Conheço a minha personalidade?
- Eu sei como minhas emoções interferem em minha comunicação?
- Eu sei o que significa o tom com que falo?
- A mensagem está clara?
Na comunicação, embora a maioria de nós não perceba, as palavras significam somente uma parte, e posso dizer, a menor delas. A entonação da voz muda todo o contexto do que falamos. Imagine as duas cenas seguintes:
Um amante sussurra ao seu amor: Eu Não consigo viver sem você!
Um chefe irado grita para o colaborador: Eu não consigo viver sem você!
Numa análise matemática: Comunicador, ok; Mensagem e meio, ok; Recebedor, ok. Mas a tonalidade da voz muda toda a mensagem. Então, há mais do quem realmente somente uma equação no processo de comunicação
Do fundo de minhas entranhas
Quando me comunico, até as minhas células vibram numa freqüência determinada para eu atingir o que eu desejo ou aquilo que não gostaria, mas sai através do meu corpo, gestos, olhares e voz.
Por trás disto tudo estão três Inteligências que nos dirigem de forma transparente ao nosso cognitivo, que está interessado nas palavras:
Inteligência instintiva
Inteligência emocional
Inteligência mental
Estas capacidades, todos possuimos, vem de fábrica! O desequilibrio nestas energias provoca uma séria de mudanças na forma de ser, que chamamos de caráter ou personalidade. Mais instintiva significa mais raiva, respostas mais intensas, mais carregadas de energia e de “ataque’, como um animal que procura devorar a sua presa, totalmente guiado pelos instintos, tentativa de decifrar o outro por suas próprias sensações. Inteligência emocional maior significa mais ansiedade, mais conexão com o outro ou outros, desejo profundo de afeto e preocupação com imagem, tentativa de decifrar o outro pela emoção. Mais inteligência mental significa mais medo, uso de logica, pensamento, tentativa de decifrar o outro pelo pensamento, comunicação mais focada na mensagem que no recebedor.
Instituições, também
Quando pensamos numa instituição também percebemos personalidades e caráter.
Uma empresa onde o centro mental tem mais evidência, pelos membros que a constituem, teremos mais foco em:
- Meus produtos,
- Meus processos,
- Meus métodos,
- Meus planejamentos,
- Meu grupo,
- Minha segurança.
Numa empresa onde o centro emocional está mais em evidência, podemos perceber mais:
- Meus clientes,
- meus relacionamentos,
- minhas conexões,
- os elogios que recebo,
- nossa imagem,
- meus sentimentos,
- nosso grupo.
Numa empresa onde o centro instintivo ou visceral está mais presente, percebemos:
- Nossas Metas,
- Eliminar a Concorrência,
- Capturar o Cliente,
- Vitória a qualquer custo.
O desequilíbrio energético vai produzir uma estilo de comunicação único, tanto internamente quanto externamente e a falta de seperceber isso pode destruir vínculos com muita facilidade.
Comunicar exige conhecimento e cumplicidade.
É impossível criar um verdadeiro ciclo de comunicação sem conhecer, seria como pilotar um avião sem nunca ter tido uma aula – um verdadeiro desastre. A família é nossa primeira escola de comunicação. Através do contato com a mãe, pai, irmãos aprendemos o que significa palavra, gestos, tom de voz, corpo. O problema é que muitos de nós nos esquecemos desta escola tão preciosa: a das emoções e, na idade adulta, tentamos usar somente nosso centro mental, sem conhecer o outro completamente.
Conhecer também não é suficiente, temos que ter cumplicidade. A cumplicidade exige que eu me entregue e acolha o outro e não seja apenas um aparelho gravador de som ou tocador de sons. Que me envolva com a emoção do outro, com seu corpo, com seus gestos, com seu jeito único de ser.
Então, ao iniciar uma conversa qualquer, seja pessoal, seja corporativa, pensemos primeiro: Sei quem sou? Sei o que estou comunicando (palavras, gestos, corpo)? Conheço o recebedor? Para a partir daí, estabelecer empatia, e finalmente cumplicidade.
Comunicar não é impor a minha verdade, mas descobrir juntos!