Filme: Álbum de Família
Título original: August: Osage County
Antes de começar a ler essa resenha, já informo que possui spoiler.
Prepare-se: este é um filme muito intenso, que trás à tona conflitos, segredos e mitos familiares. Uma excelente oportunidade para estudar as personalidades de cada personagem.
O Elenco é de primeira qualidade ao nível de Meryl Streep e Julia Roberts, que para papéis de tamanha complexidade está bem alinhado.
Barbara (Julia Roberts), Ivy (Julianne Nicholson) e Karen (Juliette Lewis) são três irmãs que são obrigadas a voltar para casa e cuidar da mãe viciada em medicamentos e com câncer (Meryl Streep), após o desaparecimento do pai delas (Sam Shepard). O encontro provoca diversos conflitos e mostra que nenhum segredo estará protegido. Enquanto tenta lidar com a mãe, Barbara ainda terá que conviver com os problemas pessoais, com difíceis relações com o ex-marido (Ewan McGregor) e com a filha adolescente (Abigail Breslin).
Violet Weston (Meryl Streep) é uma mulher com uma infância muito difícil, cuja mãe era cruel e má, sugerindo um conflito forte entre a necessidade de ser amada e o abandono pela mãe, o que pode formar uma personalidade 4 de instinto sexual. Entre os altos e baixo que ela vai experimentando durante o filme, mostrando sua dificuldade em lidar com o amor, mantendo segredos e mitos para continuar no poder. Essa característica do 4 sexual de intensidade e jogo das emoções o coloca sempre no centro de toda a roda, atraindo as atenções e recebendo aquilo que o tipo procura: sentir-se amado de forma especial e única.
Seu marido, beverly Weston (Sam Shepard) um tipo 5, que decide ficar no relacionamento por medo de romper, comete suicídio no início do filme provocando conflitos tão intensos, que rompem os frágeis laços desta família.
Violet, 4 sexual, um caráter histérico tem um pé na sociopatia, manipulando as informações e dores para manter o controle sobre as filhas. Seu conflito com a filha mais velha Barbara (Julia Roberts) mostra como o 4 sexual se distingue do tipo 8: seus altos e baixos, as chantagens emocionais, a inveja e a depressão estão presentes, embora sua energia sexual a coloque forte e intensa em todos os conflitos. Mas o 8, mesmo numa relação de filha, se sobrepõe na relação numa força enorme. Após o funeral, durante o almoço da família, numa briga muito forte vemos esse domínio do 8 sobre o 4 sexual.
Barbara, na meia idade enfrenta uma crise em seu casamento com Bill Fordham (Ewan McGregor), onde repete muitos dos mitos familiares e percebemos a dificuldade do tipo 8 em relaxar. Barbara é quem a mãe conta pra resolver os problemas, como todo 8 assumindo os problemas mais sérios da família em conflito.
Ivy Weston (Julianne Nicholson) é a filha que ficou em casa, tipo 2 de instinto auto-preservação, abrindo mão de seu futuro, esperando o príncipe encantado vir salva-la, fica em casa para cuidar do pai e da mãe, esquecendo dos seus próprios planos e da sua vida. Percebemos que isso na verdade não é uma opção por amor, mas pela paixão do 2 de fazer pelos outros, mesmo quando não é solicitado. O orgulho, sua paixão mais forte, se torna muito evidente na roda de conversa das irmãs. Alias, este momento do filme fica muito claro os três tipos 8, 7 e 2.
A outra filha Jean Fordhan (Abigail Breslin) é um tipo 7 de instinto auto-preservação, que foge de todo conflito e dor, num positivismo vazio. “Muito terrestre, sensual, focada em gostos, cores, estimulação tátil; contar muito com seu noivo; muito suave, busca desesperadamente segurança numa relação, mesmo que o outro seja falso, não importa, se me dá segurança. A dor não é sentida diretamente; transforma a merda em creme. Seu noivo, Steve (Dermot Mulroney) um tipo 3 conquistador reforça essa imagem de desconexão com a realidade e uma dependência na relação.
Durante todo o filme as cenas são muito intensas e presenciamos os segredos de muitas gerações serem expostos, provocando uma catarse coletiva.
Vale a pena assistir prestando atenção em cada conflito e na forma como cada um dos personagens se posiciona, lembrando de como cada Eneatipo se comporta diante da ameaça e dos conflitos.
Lembre-se que o filme é como uma caricatura, ele amplifica as personalidades para que possamos sentir a intensidade.
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