psicologia corporal https://minasi.com.br Alcançando a integralidade através de terapia holística. Transforme sua vida através de aconselhamento personalizado e treinamento motivacional. Thu, 27 Mar 2025 19:53:20 +0000 pt-BR hourly 1 https://i0.wp.com/minasi.com.br/wp-content/uploads/2024/09/cropped-MeuEuMelhor.png?fit=32%2C32&ssl=1 psicologia corporal https://minasi.com.br 32 32 103183256 O corpo fala tanto quanto as palavras https://minasi.com.br/o-corpo-fala-tanto-quanto-as-palavras/ https://minasi.com.br/o-corpo-fala-tanto-quanto-as-palavras/#respond Thu, 27 Mar 2025 19:53:17 +0000 https://minasi.com.br/?p=3336

A psicologia corporal e as couraças musculares são conceitos fascinantes que exploram a conexão profunda entre o corpo e a mente. Originados dos estudos de Wilhelm Reich, esses conceitos sugerem que as tensões musculares crônicas podem ser reflexos de traumas psicológicos e bloqueios emocionais. Reich propôs que existem sete segmentos de couraça, cada um correspondendo a diferentes aspectos da psique e do comportamento humano.

Os sete segmentos de couraça, conforme descritos por Reich e outros estudiosos como Frederico Navarro, são: ocular, oral, cervical, torácico, diafragmático, abdominal e pélvico. Cada segmento está associado a certos traços de caráter e bloqueios energéticos que podem influenciar a maneira como uma pessoa interage com o mundo e processa suas emoções.

Por exemplo, um bloqueio no segmento ocular pode afetar a percepção e interpretação que uma pessoa tem do mundo e de si mesma. Já um bloqueio no segmento oral pode influenciar aspectos depressivos relacionados à dependência e independência. Esses bloqueios são vistos como couraças musculares que o ego desenvolve para lidar com conflitos internos e externos.

A terapia reichiana busca liberar essas tensões e promover um fluxo de energia mais saudável através de técnicas como respiração, movimento corporal e expressão emocional. O objetivo é alcançar um estado de bem-estar e saúde mental, permitindo que a pessoa se autorregule e amadureça emocional e psicologicamente.

A flexibilização das couraças e o amadurecimento do caráter são processos que podem levar a uma maior liberdade e autenticidade na expressão de sentimentos e na condução da vida. A psicologia corporal oferece uma perspectiva única sobre como nossos corpos refletem e influenciam nossa experiência interna, e como podemos trabalhar para harmonizar nossa energia e caráter para uma vida mais plena e saudável.

]]>
https://minasi.com.br/o-corpo-fala-tanto-quanto-as-palavras/feed/ 0 3337
Couraças musculares e o Eneagrama https://minasi.com.br/couracas-musculares-e-o-eneagrama/ https://minasi.com.br/couracas-musculares-e-o-eneagrama/#respond Wed, 01 May 2024 10:55:00 +0000 https://minasi.com.br/?p=3326

A intersecção entre as couraças musculares e os tipos do eneagrama oferece uma perspectiva fascinante sobre a psicologia humana e o desenvolvimento pessoal. As couraças musculares, um conceito introduzido por Wilhelm Reich, referem-se às tensões crônicas no corpo que atuam como barreiras contra a expressão de emoções e impulsos. Reich acreditava que essas couraças podiam ser mapeadas e correlacionadas com traços de personalidade específicos, influenciando a maneira como as pessoas interagem com o mundo ao seu redor.

O eneagrama, por outro lado, é um sistema de tipologia de personalidade que descreve nove tipos distintos, cada um com suas motivações, medos e desejos únicos. Esses tipos são frequentemente usados para promover o autoconhecimento e o crescimento pessoal, ajudando as pessoas a entenderem suas próprias limitações e potenciais.

A combinação desses dois sistemas pode proporcionar insights valiosos para terapias e práticas de desenvolvimento pessoal. Por exemplo, alguém com uma couraça muscular associada ao tipo histérico no eneagrama pode apresentar um comportamento sexual visível, uma agilidade física específica e um coquetismo indisfarçado. Essas características podem ser vistas como defesas contra a vulnerabilidade emocional e podem ser abordadas através de terapias que focam na liberação dessas tensões corporais.

A análise reichiana, uma extensão do trabalho de Reich, busca liberar essas couraças musculares para permitir um fluxo mais livre de energia e emoções. Isso pode levar a uma maior expressão emocional e a uma sensação de bem-estar. Ao entender como as couraças musculares se relacionam com os tipos de personalidade do eneagrama, os terapeutas podem criar abordagens mais personalizadas para ajudar os indivíduos a alcançarem um equilíbrio mais saudável entre mente e corpo.

A pesquisa e a prática contínuas nessa área podem revelar ainda mais sobre como nossas emoções e traços de personalidade se manifestam fisicamente e como podemos trabalhar para superar as barreiras que nos impedem de viver uma vida plena e autêntica. Para aqueles interessados em explorar mais sobre esse tópico, há uma riqueza de recursos disponíveis, incluindo artigos acadêmicos e workshops que oferecem uma visão mais profunda das couraças musculares e dos tipos do eneagrama[1][2].

Referências:

[1]: https://centroreichiano.com.br/artigos/Anais_2016/Eneagrama-e-tracos-de-carater-segundo-Reich-MINASI-Elias-VOLPI-Jose-Henrique.pdf “”
[2]: https://ibrath.com/como-wilhelm-reich-contribuiu-para-a-teoria-das-couracas-musculares/ “”
[3]: https://minasi.com.br/2017/12/couracas-musculares-como-nossas-emocoes-se-fixam-em-nosso-corpo/ “”
[4]: https://www.centroreichiano.com.br/artigos/Artigos/Os-sete-segmentos-de-couracas-e-seus-bloqueios-luisa-fragoso-e-jose-henrique-volpi.pdf “”

]]>
https://minasi.com.br/couracas-musculares-e-o-eneagrama/feed/ 0 3326
A Análise Reichiana (Psicologia Corporal) e o Eneagrama https://minasi.com.br/a-analise-reichiana-psicologia-corporal-e-o-eneagrama/ https://minasi.com.br/a-analise-reichiana-psicologia-corporal-e-o-eneagrama/#respond Fri, 26 Apr 2024 10:38:00 +0000 https://minasi.com.br/?p=3323

A Análise Reichiana (psicologia corporal) e o Eneagrama são duas abordagens fascinantes que oferecem insights profundos sobre a personalidade humana. Ambas as teorias buscam entender como os indivíduos se comportam, reagem e interagem com o mundo ao seu redor, mas cada uma delas o faz à sua maneira única.

A Análise Reichiana (psicologia corporal), por exemplo, identifica 3 Estruturas, a saber, Mimética, Limítrofe e Neurótica, que podem traços de caráter que chamamos de coberturas: Obsessivo-compulsivo, Masoquista, Histérico e Fálico[1]. Esses traços são vistos como mecanismos de defesa que se formam durante a infância e influenciam tanto a mente quanto o corpo. A ideia é que esses traços de caráter moldam nossa identidade, emoções e comportamentos, e podem se tornar armadilhas ou recursos valiosos, dependendo de como os entendemos e lidamos com eles.

Por outro lado, o Eneagrama categoriza a personalidade em nove tipos distintos, divididos em três centros de inteligência: emocional, mental e instintivo[6]. Cada tipo do eneagrama tem suas próprias motivações, medos e desejos, que influenciam a maneira como as pessoas percebem o mundo e interagem com os outros. O eneagrama não só descreve esses tipos de personalidade, mas também oferece um caminho para o crescimento pessoal e espiritual, incentivando os indivíduos a se conectarem com sua essência e a superarem as limitações impostas pelo ego.

Quando comparamos as duas teorias, podemos encontrar algumas semelhanças interessantes. Ambas reconhecem que os padrões de personalidade se formam cedo na vida e têm um impacto significativo no comportamento adulto. Além disso, tanto a psicologia corporal quanto o eneagrama sugerem que a autoconsciência e o trabalho pessoal podem levar a uma vida mais plena e satisfatória.

Olhando de mais perto, percebemos semelhanças entre o sistema de traços de caráter e a tipologia dentro do Eneagrama. Sem desejar sobrepor ou sobre-avaliar um deste, mas percebendo o que podemos agregar de um e de outro no processo do autoconhecimento e do trabalho terapêutico.

No entanto, também existem diferenças. A psicologia corporal tende a enfatizar como as experiências da infância moldam o corpo e a mente, enquanto o eneagrama se concentra mais na dinâmica do ego e na busca pela essência. Além disso, a psicologia corporal é mais focada na relação entre o corpo e os traços de caráter, enquanto o eneagrama oferece um sistema mais espiritualizado e holístico para entender a personalidade.

Em última análise, tanto a psicologia corporal quanto o eneagrama oferecem caminhos valiosos para o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal. Ao explorar as semelhanças e diferenças entre essas duas abordagens, podemos obter uma compreensão mais rica e matizada de nós mesmos e dos outros. Seja você um profissional da área ou alguém em busca de crescimento pessoal, há muito o que aprender com a psicologia corporal e o eneagrama.

Referências:
[1]: https://www.xavierserranohortelano.com/evaluacionestructural.php “”
[2]: https://www.psicanaliseclinica.com/carater/ “”
[3]: https://amenteemaravilhosa.com.br/personalidade-temperamento-e-carater/ “”
[4]: https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/36178/1/TCC%20revisado_Analise%20comparativa.pdf “”
[5]: https://pt.estudyando.com/perspectiva-do-traco-teoria-e-definicao/ “”
[6]: https://br.psicologia-online.com/os-9-tipos-de-personalidade-do-eneagrama-321.html “”
[7]: https://ieneagrama.com.br/tipos/ “”
[8]: https://felipepretel.com/blog/post/eneagrama-guia-completo/ “”
[9]: https://psicologosemmanaus.com.br/eneagrama/ “”

]]>
https://minasi.com.br/a-analise-reichiana-psicologia-corporal-e-o-eneagrama/feed/ 0 3323
Posso ter ódio? https://minasi.com.br/posso-ter-odio/ https://minasi.com.br/posso-ter-odio/#respond Sat, 09 Dec 2023 14:43:50 +0000 https://minasi.com.br/?p=3210

Costumamos associar a palavra ódio à ideia de uma maldição perigosa da qual devemos fugir o mais rápido possível. Da mesma forma, muitas vezes ouvimos dizer que o ódio é tóxico para os seres humanos e que torna praticamente impossível curar as feridas da infância. Como me afasto francamente desta opinião comum, sou muitas vezes mal compreendido. Assim, todos os meus esforços para esclarecer este fenómeno e aprofundar esta noção não tiveram, até agora, grande sucesso.

Por esta razão, a quem quiser acompanhar-me nestas investigações, recomendo a leitura prévia do capítulo do meu livro, “A Origem do Ódio”, intitulado: Como o Ódio é Engendrado?

Penso também que o ódio pode envenenar um organismo, mas apenas se for inconsciente e o dirigirmos para pessoas substitutas, ou seja, para bodes expiatórios. Pois desta forma não pode ser extinto. Se odeio os trabalhadores migrantes, por exemplo, mas não consigo permitir-me ver como os meus pais me maltrataram na minha infância, deixando-me chorar durante horas e horas quando eu era apenas um bebé ou quando nunca me olharam com amor, então eu sofro de um ódio latente que pode me acompanhar por toda a vida e causar diversos transtornos psicológicos. Mas se eu souber o que meus pais me infligiram ignorantemente e puder ficar conscientemente indignado com o comportamento deles, não precisarei mais direcionar meu ódio para outros substitutos. Com o tempo, o ódio que sinto pelos meus pais pode desaparecer ou mesmo desaparecer por períodos, apenas para ser reativado com novos acontecimentos ou novas memórias. O que muda é que agora sei o que está acontecendo comigo. Conheço-me bem o suficiente para identificar os sentimentos que estou vivenciando.

Se integro meu ódio, não tenho mais necessidade de ferir ou matar ninguém, simplesmente para satisfazê-lo.

Alice Miller

Há pessoas que até demonstram gratidão aos pais por terem batido neles ou que afirmam ter esquecido há muito tempo a brutalidade ou a violência sexual que sofreram, perdoaram os seus “pecados” aos pais se tiverem o hábito de rezar, mas não são incapazes de educar seus filhos de outra forma que não seja através da violência. Todo pedófilo ostenta seu amor pelas crianças, ignorando que no fundo se vinga do que lhe fizeram quando era pequeno. Mesmo sem ter consciência de seu ódio, vive sob seu domínio.

Este ÓDIO LATENTE E TRANSFERIDO é muito perigoso e difícil de extinguir, pois não é dirigido a quem o causou, mas a um substituto. Pode durar uma vida inteira para se manifestar em diversas formas de perversão e constitui um perigo para o meio ambiente e, em certos casos, para si mesmo.

man clenching fist near a woman covering face while sitting
O ódio latente pode ser transferido para outras pessoas.
Photo by Karolina Grabowska on Pexels.com

Isso é completamente diferente do ÓDIO REATIVO CONSCIENTE, que como qualquer outro sentimento desaparece quando é vivido. Se um dia, por outro lado, descobrirmos que fomos maltratados pelos nossos pais, o ódio não tardará a chegar, aparecerá apesar de nós. Como já disse, isso poderá atenuar-se com o tempo, mas o caminho será sinuoso. O quadro dos abusos sofridos na infância não aparece de uma só vez, é um longo processo durante o qual novos aspectos vão surgindo aos poucos na consciência, provocando novos ataques de ódio. Mas isso não é nada perigoso. É a consequência lógica do ocorrido e que só se torna perceptível quando se é adulto, pois a criança não teve outra escolha senão sofrer durante anos em silêncio.

Tal como o ódio reativo aos pais e o ódio latente dirigido a um bode expiatório, existe o ódio JUSTIFICADO que sentimos por uma pessoa, que nos corrói física e mentalmente e nos domina sem que nos consigamos libertar ou pelo menos acreditemos então. Enquanto estivermos sob sua dependência, ou assim acreditamos, necessariamente o odiaremos. É inconcebível que um indivíduo torturado não sinta qualquer ressentimento contra o seu algoz. Se você não permitir esse sentimento, sofrerá sintomas corporais. As biografias dos mártires cristãos testemunham a descrição de doenças terríveis, muitas vezes – caracteristicamente – de natureza dermatológica. O corpo defende-se assim da traição de si mesmo, uma vez que os “santos” tiveram que perdoar os seus algozes – mas a sua pele inflamada expôs a intensa raiva reprimida.

Se, no entanto, o interessado conseguir escapar ao poder daqueles que o dominam, não terá mais a necessidade de viver dia após dia com esse ódio. É claro que a memória do seu desamparo e dos tormentos que lhe foram infligidos pode emergir na sua memória, mas a intensidade do ódio irá desaparecer com o tempo (no livro “The Body Never Lies”, esta questão é discutida com mais detalhes).

O ódio é um sentimento forte e dinâmico, um sinal da nossa vitalidade. Por isso, se o reprimimos, pagamos com o nosso corpo. Como o ódio nos fala das nossas feridas e também de nós mesmos, dos nossos valores e do nosso tipo de sensibilidade, devemos aprender a ouvir e compreender o significado da sua mensagem. Se conseguirmos isso, não teremos mais medo. Se, por exemplo, não suportamos a hipocrisia e as mentiras, permitir-nos-emos combatê-las sempre que possível ou distanciar-nos-emos de pessoas que só acreditam em mentiras. Mas se, pelo contrário, agirmos com indiferença, traímo-nos a nós mesmos. Uma traição encorajada pela exigência quase geral, embora destrutiva, de perdão. 

Contudo, está amplamente demonstrado que nem as orações nem os exercícios de auto-sugestão com “pensamentos positivos” são capazes de abolir as justificadas reações vitais do corpo contra as humilhações e outras feridas precoces à integridade da criança. As horríveis doenças dos mártires mostram claramente o preço que pagaram por negarem os seus sentimentos. Não seria mais fácil perguntar quem odiamos e ver os motivos que motivam esse ódio? Então, com efeito, poderemos conviver com os sentimentos que temos como seres responsáveis, sem negá-los e ter que pagar, por essa atitude “virtuosa”, com a nossa saúde.

um garoto atravessa uma ponte segurado pela mão
A terapia integra meus sentimentos, Photo by Oleksandr P on Pexels.com

Eu ficaria desconfiado se um terapeuta me prometesse que no final da terapia (e sem dúvida graças ao perdão) meus sentimentos indesejados de raiva, fúria e ódio acabariam. O que acontecerá comigo se eu não puder mais ficar com raiva ou enfurecido com a injustiça, a fraude, a maldade ou a estupidez proferidas com arrogância? Isso não seria uma mutilação da minha vida emocional? Se a terapia realmente me ajuda, devo antes ter acesso a TODOS os meus sentimentos pelo resto da vida e acesso consciente à minha história, onde encontrarei a explicação para a intensidade das minhas reações. Uma vez conhecidas as razões, a intensidade diminuirá rapidamente sem deixar marcas dramáticas no meu corpo (ao contrário da repressão de emoções inconscientes excessivas).

A terapia adequada me ensina a compreender meus sentimentos e a não condená-los, a considerá-los como meus aliados protetores em vez de temê-los e a vê-los como inimigos que devem ser combatidos. Mesmo quando foi isso que nos ensinaram os nossos pais, professores e sacerdotes, temos que tentar abrir os olhos de uma vez por todas para ver que esta automutilação que praticaram é perigosa. Nós próprios fomos suas vítimas.

Em qualquer caso, não são os nossos sentimentos que constituem um perigo para nós mesmos e para o nosso ambiente, mas sim o fato de, por medo, nos desligarmos deles. E é esta desconexão que produz acessos de loucura homicida, ataques suicidas incompreensíveis e o facto de inúmeros tribunais nada quererem saber sobre os verdadeiros motivos de um ato criminoso, para proteger os pais do criminoso de levantarem o véu sobre sua própria história.

Alice Miller
Traduzido do francês para o espanhol por Rosa Barrio

]]>
https://minasi.com.br/posso-ter-odio/feed/ 0 3210
Exercícios de respiração profunda https://minasi.com.br/exercicios-de-respiracao-profunda/ https://minasi.com.br/exercicios-de-respiracao-profunda/#respond Wed, 06 Sep 2023 14:28:35 +0000 https://minasi.com.br/?p=3148

Os efeitos da respiração profunda são tão variados como benéficos. O sangue se purifica, a aparência melhora e ajuda-nos a assimilação adequada de alimentos quando respiramos corretamente.

Há alguns exercícios valiosos que melhoram a postura, promovem a saúde dos órgãos internos e estimulam hábitos de respiração correta. Você pode querer acrescentá-los à sua rotina diária.

Vamos colocar em prática?

Primeira etapa

  • Deite-se no chão, de costas.
  • Coloque a mão direita no seu diafragma.
  • Inspire lenta e profundamente.
  • À medida que inspira, seu diafragma e a parede abdominal devem se elevar em direção ao teto.
  • À medida que expira, a área sob a sua mão deve voltar à posição normal.
  • Então, contraia os músculos abdominais, puxe-os para dentro e, ao mesmo tempo, achate as costas contra o chão, aumentando a área de contato de suas costas com o chão o máximo possível.
  • Continue por uns 3 a 5 minutos repetindo isso.

Segunda etapa

  • Permaneça deitado no chão, de costas.
  • Inspire profundamente e dobre os joelhos, colocando a sola dos pés em contato com o chão.
  • Comece a inspiração no diafragma, de modo que sinta as costelas se abrindo lateralmente.
    Mas não levante a parte de cima do peito.
  • Expire levando seus músculos abdominais para dentro e para cima, mas não deixe as costelas se soltarem.
  • Inspire novamente e expire.
  • Agora, faça uma série de pequenas inspirações, uma logo depois da outra. Como se bebesse água aos golinhos.
  • Expire em uma série de pequenas expirações, contraindo os músculos abdominais em rápidas expirações.
  • Complete expirando completamente e soltando a caixa torácica.

Dicas:

  • Procure “sensar”, ou seja, entrar em contato com a sensação e não com o pensamento
  • Conecte-se com seu corpo, entenda seus limites.
  • Procure respirar e não “fazer o exercício”
  • O contato consigo é melhor que a perfeição
]]>
https://minasi.com.br/exercicios-de-respiracao-profunda/feed/ 0 3148
Molduras para pessoas – traços de caráter https://minasi.com.br/molduras-para-pessoas-tracos-de-carater/ https://minasi.com.br/molduras-para-pessoas-tracos-de-carater/#respond Fri, 11 Aug 2023 12:34:58 +0000 https://minasi.com.br/?p=3136

As manifestações individuais presentes no coletivo muitas vezes nos deixam perplexos. Como uma pessoa pode agir ou reagir desta ou daquela forma? O que acontece para que seja assim? Como podemos melhorar interna e externamente, tornando o ambiente mais fluido e menos burocrático ou agressivo?

A resposta está em nosso desenvolvimento mais primitivo, em nossa infância.

Os traços de caráter são marcas e soluções que conseguimos implementar em nossa infância, para lidar com a dor da castração à nossa potência ou ausência do amor. Eles são como as guias que colocamos em nosso cão de estimação para que ele faça o que desejamos ou nos obedeça. De certa forma, na infância, como nossos genitores não conseguiram lidar com a energia livre da criança, dando contornos seguros para que ela pudesse se desenvolver de forma livre, desenvolvendo uma moral natural através da ética, acabam por nos colocar essas “guias” que Wilhelm Reich chamou de couraças musculares de caráter.

cachorro sendo segurado pela guia
O traço de caráter é uma contenção de nossa energia

Então, tanto o aspecto comportamental, sentimental e de pensamento coincidem com as couraças musculares no sentido de conduzir a criança à submissão. Esse congelamento da energia imposto pelos pais produzem na criança acomodações físicas e psíquicas para que o sofrimento seja menor. Isto ocorre no amadurecimento do aparato muscular, cada fase ligada ao segmento que está energeticamente sendo aprontado.

Isto, coloca a criança diretamente ligada ao seu corpo e sujeita à sua relação com as figuras materna e paterna. Aqui não falamos de trauma mas de um treinamento constante, diário, de submissão insistente, de forma a moldar corpo e psique. Cada fase deste desenvolvimento vai liberar ou constranger energia e ação.

Com o passar dos anos esta forma de moldar corpo e psique se torna permanente formando o traço do caráter que acompanhará a pessoa por toda a sua vida. Isto é como uma escala que se movimenta: podendo ser momentos de maior ou menor intensidade na manifestação da couraça do caráter.

Com os traços de caráter aprendemos a nos socializar

Podemos citar os principais traços:

Compulsivo – se fixando até aproximadamente 4 anos

Masoquista – se fixando até aproximadamente 4 anos

Fálico – se fixando até aproximadamente na adolescencia

Histérico – se fixando até aproximadamente na adolescencia

Cada um desses traços de estrutura neurótica pode ser misturado entre si e tomar uma intensidade, com um ou outro se tornando mais presente, dependendo de como a criança se sentiu em cada fase do seu desenvolvimento, em relação à pressão que sofria para se adequar ao sistema da família e à sociedade.

Estes traços podem se manifestar em uma estrutura neurótica ou uma cobertura para uma estrutura limítrofe, onde a base dos problemas está num momento mais primitivo do desenvolvimento infantil, onde o aparato muscular não tinha capacidade de suportar a carga de adaptação necessária.

Estas estruturas pressupõem formas de relação com as figuras de autoridade a partir da experiência com as figuras materna e paterna, produzindo adesões ou rompimentos quando se alcança a idade adulta. Refletindo nas relações suas experiências de adaptação.

Todo este processo é inconsciente, ou seja não há participação da vontade e decisão, mas como o próprio Reich o definiu, uma reação do corpo, que é o próprio inconsciente frente à pressão para se ajustar. Então, podemos dizer que mesmo as reações adultas são inconscientes ou comandadas por esta instância.

Estes traços vão marcar a forma como o individuo vai se relacionar nas relações mais íntimas, familiares e também na sua interação social, dentro do mundo do trabalho e sociedade. Isto vai constituir uma personalidade ou um jeito de funcionar externamente que de certa forma, estará tentando evitar aquela pressão e angústia enfrentada na sua infância, dentro do sistema familiar. Toda a sua busca será por nunca entrar neste conflito, que para o inconsciente tem perigo de sofrimento e morte.

Dentro do ambiente de trabalho, pode se submeter às pessoas, tentando não mostrar raiva ou qualquer atitude que resguarde seu campo. Tal submissão pode demonstrar uma polidez externa, que cobre um ódio e raiva enorme interior. Sorrisos, cooperação, aceitações incondicionais, pouca ou nenhuma manifestação de seus desejos ou pensamentos, evitação, formação de grupos de resistência, liderança democrática, onde não é aplicável, etc…

De outro lado está a raiva exposta, imposição de suas vontades, conflitos abertos e sem solução, vinganças, lideranças ditatoriais, onde não é aplicável, exigências absurdas de produtividade, utilização de imagem pessoal como opressão do outro, etc…

E ainda resta a sedução, os jogos dúbios, os convencimentos elogiosos falsos, a malemolência, etc…

São todas manifestações dos traços de caráter diante de sistemas de relações no trabalho e na sociedade.

A forma de sair destes comportamentos e condicionados é movimentar a couraça, sair do congelamento que ainda funciona sobre a pessoa, assumindo riscos em enfrentar a sua dor interior para que também o grupo se beneficie de seu movimento. A couraça corporal de caráter é um congelamento evitativo da dor, quanto mais se movimenta e flexibiliza, mais energia e movimento se ganha o individuo e a comunidade.

]]>
https://minasi.com.br/molduras-para-pessoas-tracos-de-carater/feed/ 0 3136
Como tornar a saúde mental melhor? https://minasi.com.br/saudemental/ https://minasi.com.br/saudemental/#respond Thu, 22 Jun 2023 14:45:15 +0000 https://minasi.com.br/2023/06/saudemental/

Vamos falar sobre um tema muito importante: a saúde mental. Sabemos que muitas pessoas andam em dificuldade com relação a sua saúde mental, especialmente depois de um período tão difícil como o que vivemos. Mas você sabia que existe uma forma de terapia que pode ajudar você a se sentir melhor e mais equilibrado? Estamos falando da psicoterapia Reichiana, uma abordagem que foi criada pelo médico e psicanalista Wilhelm Reich. Reich foi um dos primeiros a estudar a relação entre o corpo e a mente, e desenvolveu uma teoria sobre a energia vital que circula pelo organismo. Segundo ele, essa energia pode ser bloqueada por tensões musculares e emocionais, causando diversos problemas de saúde física e mental. A psicoterapia Reichiana visa liberar essa energia e restaurar o fluxo natural da vida.

Mas como isso acontece na prática?

A psicoterapia Reichiana utiliza técnicas de respiração, movimento, toque e expressão verbal para ajudar o paciente a entrar em contato com as suas emoções e sensações corporais. Assim, ele pode reconhecer e liberar as tensões que o impedem de viver plenamente. Alguns exemplos de situações em que a psicoterapia Reichiana pode ser útil são: ansiedade, depressão, estresse, baixa autoestima, dificuldades de relacionamento, traumas, dores crônicas, entre outros.

Conhece a Psicoterapia Reichiana?

#psicoterapiareichiana
#análisereichiana
#wilhelmReich
#actings

]]>
https://minasi.com.br/saudemental/feed/ 0 3105
Respirar mais lenta e profundamente pode fazer você mais feliz https://minasi.com.br/respirar-mais-lenta-e-profundamente-pode-fazer-voce-mais-feliz/ https://minasi.com.br/respirar-mais-lenta-e-profundamente-pode-fazer-voce-mais-feliz/#respond Thu, 22 Jun 2023 14:19:51 +0000 https://minasi.com.br/?p=3103

Dez segundos depois de nascer, o impacto da chegada ao admirável mundo novo faz os pulmões de um bebê entrarem em ação e ele respira pela primeira vez. A partir de então, seus pulmões não param mais de trabalhar.

Um adulto em repouso respira em média cerca de 16 vezes por minuto (ou 23 mil vezes por dia). Aos 30 anos, você inspirou e expirou aproximadamente 250 milhões de vezes.

Era de se supor que, com toda essa prática, seríamos todos especialistas em respiração. Será então que poderíamos aprender algo novo sobre esse instinto tão básico? A resposta é: sem dúvida.

Mas, por outro lado, desenvolver um controle maior sobre nossos pulmões pode trazer muitos benefícios para nossa saúde física e mental.

Curiosamente, os cientistas estão descobrindo que uma determinada frequência de respiração de cerca de seis expirações por minuto pode ser especialmente restauradora, desencadeando uma “resposta de relaxamento” no corpo e no cérebro.

Além de inspirar gurus de saúde e bem-estar, o exercício respiratório também começou a atrair a atenção de grandes empresas, que esperam que a prática possa ajudar os funcionários a manter a mente focada e lidar com o estresse diário do trabalho.

‘Rampa para acelerar o relaxamento’

Assim como a atual onda mindfulness (atenção plena), a terapia respiratória foi inspirada em ensinamentos de textos antigos, especialmente nas escrituras hindu e védicas, que exaltam a importância do controle da respiração por meio de práticas como pranayama, exercícios respiratórios de ioga.

Você pode estar se perguntando se os exercícios respiratórios são simplesmente outro nome para mindfulness, uma vez que muitos cursos de meditação incentivam os participantes a focar sua atenção no ato de inspirar e expirar.

Mas enquanto a atenção plena costuma envolver observação passiva (“observar sua respiração”), as terapias respiratórias exigem que você mude ativamente a maneira como respira.

Isso inclui respirar com o diafragma (em vez de movimentar o peito) para encher os pulmões com mais ar e, ao mesmo tempo, diminuir conscientemente o ritmo da respiração em repouso.

De acordo com quem pratica, essas respirações lentas e profundas desencadeiam respostas fisiológicas em cascata que aceleram sua jornada a um estado de relaxamento mais completo, em comparação com exercícios mindfulness mais passivos.

“Atua como uma rampa para ganhar velocidade na prática da meditação, ajudando a acalmar a mente mais rápido para que você tire o maior proveito enquanto medita”, explica Richie Bostock, técnico de terapias respiratórias e autor do livro Exhale (“Expire”, em tradução livre).

“Na verdade, eu chamo algumas séries que ensino de ‘meditação com combustível de foguete’, devido ao profundo efeito que elas têm em acalmar rapidamente a mente e levar você para aquele lugar sem pensamentos.”

A evidência científica parece respaldar isso. Em uma pesquisa, participantes com hipertensão apresentaram redução de curto prazo na pressão arterial após exercícios guiados de respiração lenta, efeito que parece ir além dos benefícios da prática mindfulness, sem controle ativo da respiração.

Um outro estudo recente descobriu que a respiração lenta e profunda pode ajudar a aliviar sintomas de depressão e ansiedade, além de contribuir para atenuar a insônia.

E um estudo do pesquisador Hassan Jafari, da Universidade King’s College London, no Reino Unido, mostrou que a respiração profunda pode melhorar o controle da dor. Vários estudos sugerem que a respiração profunda tem efeitos positivos para a saúde. Dados esses benefícios, alguns cientistas sugerem que as técnicas de respiração podem ajudar pacientes a lidar até mesmo com doenças crônicas, como artrite.

Mas atenção: se você tem qualquer problema de saúde, deve consultar um médico antes de tentar qualquer terapia nova.

A ciência por trás do natural

Ainda não está claro exatamente por que a respiração lenta e profunda provoca todas essas mudanças, embora algumas hipóteses tenham sido levantadas.

Uma teoria promissora se concentra nos nervos localizados no tórax, cujos efeitos sentimos toda vez que enchemos os pulmões de ar.

“Basta respirar fundo para ver até que ponto é um ato mecânico”, explica Donald Noble, da Universidade Emory, nos Estados Unidos.

Essa sensação de pressão é proveniente de um conjunto de sensores de elasticidade que medem a expansão dos pulmões.

O movimento do tórax produzido pelo relaxamento do diafragma quando expiramos também exerce pressão sobre os vasos sanguíneos que chegam ao coração, o que acaba por ativar outro conjunto de sensores (chamados barorreceptores) em nossas artérias.

Ambos os tipos de sensores alimentam o tronco encefálico, e Noble explica que, quando respiramos profundamente, a atividade em outras regiões pode ser sincronizada com essa estimulação constante e repetitiva.

As ondas cerebrais lentas resultantes desse ato nos levam a um estado de alerta relaxado.

As respirações mais rápidas e superficiais por si só não estimulam esses nervos, tampouco o cérebro, de maneira tão efetiva. Você precisa de inspirações e expirações prolongadas para gerar os ritmos adequados ao cérebro.

O nervo vago ajuda o corpo a atenuar as reações de luta e fuga quando não há mais uma ameaça iminente.

O nervo vago ajuda o corpo a atenuar as reações de luta e fuga quando não há mais uma ameaça iminente.

Igualmente importantes são os barorreceptores sensíveis à pressão, nas artérias ao redor do coração, que alimentam o nervo vago.

É um elemento essencial do sistema nervoso que acredita-se ser particularmente importante para atenuar a reação de lutar ou fugir depois que uma ameaça desaparece. “Permite que o corpo se concentre em coisas restauradoras ou nutritivas”, diz Noble.

Ao estimular repetidamente o nervo vago durante expirações longas, a respiração lenta pode levar o sistema nervoso a um estado de descanso, resultando em mudanças positivas, como diminuição da frequência cardíaca e pressão arterial.

Curiosamente, as pessoas que praticam a terapia respiratória parecem encontrar um ponto ideal em torno de seis respirações por minuto.

Isso parece produzir um relaxamento significativamente maior por meio de um tipo de ciclo positivo de retroalimentação entre os pulmões, o coração e o cérebro.

“Você está meio que desbloqueando ou promovendo a amplificação de um ritmo fisiológico básico”, diz Noble.

O especialista acredita que essa frequência pode ser encontrada nas ações repetitivas de muitas práticas espirituais, como a Ave Maria rezada nos terços e o canto de mantras de ioga, que talvez tenham evoluído para levar as pessoas a um estado mental relaxado, porém focado.

Além de melhorar a saúde cardiovascular, a frequência respiratória mais lenta de seis respirações por minuto também parece ser ideal para o controle da dor.

Isso pode acontecer tanto devido ao bem-estar psicológico que advém da respiração lenta, quanto a qualquer mudança fisiológica direta na sensibilidade à dor.

“Acreditamos que os efeitos psicológicos, sobretudo da mudança do foco de atenção e de expectativas, desempenham um papel importante no efeito analgésico dessas técnicas”, diz ele.

Cerca de seis respirações por minuto é a frequência que proporciona mais relaxamento e é um ritmo encontrado nas ações repetitivas de práticas espirituais.

A tecnologia pode ajudar?

Havendo cada vez mais evidências sobre os benefícios da respiração profunda, ouvimos falar mais no poder da respiração controlada em livros e revistas, em programas de televisão e até mesmo no trabalho, à medida que mais empresas tentam ensinar técnicas respiratórias para ajudar os funcionários a gerenciar o estresse.

Bostock é um dos muitos que oferecem retiros para respiração e oficinas corporativas. Ele diz que o interesse “explodiu” recentemente, atraindo clientes como grandes bancos, empresas de consultoria e de tecnologia. Em parte, eles são atraídos pela simplicidade da técnica, acredita Bostock.

“Não é necessária experiência prévia em meditação ou mindfulness. Uma vez que você aprende como a respiração afeta seu corpo e sua mente, você tem uma maneira rápida e fácil de mudar seu estado, seja para reduzir o estresse e o nervosismo, aumentar seu foco e energia, e até mesmo ajudar na solução criativa de problemas.”

No futuro, nossa jornada rumo ao relaxamento profundo pode ser guiada por dispositivos que registram as respostas fisiológicas aos exercícios respiratórios.

Por exemplo, um experimento recente colocou os participantes em uma praia de realidade virtual ao pôr do sol. A variabilidade da frequência cardíaca deles foi ilustrada por nuvens no horizonte: quanto mais relaxados ficavam, mais claro ficava o céu.

O feedback imediato pareceu facilitar a jornada deles rumo ao relaxamento e, assim que chegaram lá, uma fogueira acendeu na praia, reforçando a sensação de terem alcançado seu objetivo.

Isso, por sua vez, os ajudou a voltar ao estado de relaxamento durante um teste cognitivo posterior, aumentando sua concentração.

Já existe uma infinidade de aplicativos para smartphone que se propõem a funcionar de maneira semelhante, embora nem todos tenham sido rigorosamente testados em relação à eficácia.

Obviamente, os praticantes de ioga vêm colhendo esses benefícios há milênios sem ajuda da tecnologia.

As pesquisas científicas mais recentes simplesmente nos ajudam a compreender as razões pelas quais essas práticas são tão benéficas, fora de seu contexto religioso ou espiritual, e a encontrar novas maneiras de potencializá-las.

Se você sofre de estresse regularmente, pode ter chegado a hora de dar um longo suspiro (de alívio!).

David Robson, Da BBC WorkLife

]]>
https://minasi.com.br/respirar-mais-lenta-e-profundamente-pode-fazer-voce-mais-feliz/feed/ 0 3103
Minha mãe é narcisista? Será? E, agora? https://minasi.com.br/minha-mae-e-narcisista-e-agora/ https://minasi.com.br/minha-mae-e-narcisista-e-agora/#respond Mon, 20 Jun 2022 13:54:28 +0000 https://minasi.com.br/?p=2884

“Você só está vivo(a) graças a mim”. “Você me deve”. “Você não valoriza nada do que eu faço para você”. “Você não faz nada direito”. “Quando eu tinha a sua idade, já tinha feito mais e melhor”. Mães que usam frases como essas de forma recorrente apresentam uma chance de serem narcisistas ou de terem traços de narcisismo, sabia? E mais: há ainda uma probabilidade de que os indivíduos que ouvem declarações do tipo repitam o padrão com seus próprios filhos. “Uma pessoa narcisista tem traços de egocentrismo, de uma visão hiperinflada a respeito dela própria. Ela se supervaloriza sempre, em qualquer situação”, explica o psicanalista Artur Costa, professor da Associação Brasileira de Psicanálise Clínica (ABPC).

O nome vem da mitologia grega. Narciso era um belo jovem que, ao ver seu reflexo sobre um lago, apaixonou-se tão perdidamente por si mesmo, que caiu nas águas profundas e morreu afogado. “Existem pessoas que têm traços narcisistas em alguns momentos e ambientes, e pessoas que desenvolvem o transtorno psiquiátrico mesmo”, diferencia o especialista.

Quando esse traço ou esse transtorno se aplica a uma mãe, as consequências podem ser graves e, como já mencionamos, até levadas de geração a geração, perpetuando o problema. “Grande parte dos traumas acontece na infância e uma mãe narcisista pode causar traumas extremamente profundos nos filhos, mesmo enquanto eles ainda são muito pequenos. O dano é realmente muito potente e vai se refletir na vida adulta, inevitavelmente”, aponta Costa.

De acordo com estimativas levantadas nos Estados Unidos e publicadas no periódico científico The Journal of Clinical Psychiatry, a prevalência do transtorno em homens é muito maior – cerca de 75% dos casos diagnosticados são em pacientes do sexo masculino. Mas por que, então, se fala mais de mães narcisistas do que de pais narcisistas? Segundo o psicanalista, os danos são maiores e mais sensíveis nas mulheres justamente por causa da maternidade.

Filhos atingidos por uma mãe narcisista não tratada vão transferir algumas dessas coisas para os seus futuros filhos também

Ser filho ou filha de uma mãe narcisista: como é?

“A mãe narcisista admira somente a si mesma. Ela pode até admirar outras pessoas, desde que essas outras pessoas se pareçam com ela”, explica o psiquiatra e psicoterapeuta Wimer Bottura, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Por isso, uma das características da mãe narcisista é querer ou até exigir que os filhos sejam e ajam exatamente como ela. Se não fizerem dessa forma, deixam, automaticamente, de merecer seu amor e sua atenção. “Ela é centralizadora, manipula, abaixa a autoestima dos outros. Às vezes, usa doenças para controlar quem está à sua volta”, exemplifica Bottura.

Há também as mães que se gabam excessivamente dos filhos e projetam neles tanto suas expectativas como suas frustrações. Elas vivem a vida dos filhos, não voltam para a vida delas, conforme as crianças se desenvolvem”, acrescenta a psicóloga Lígia Dantas, membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e criadora do Entra na Roda, um grupo de apoio psicológico online de acolhimento a mães e mulheres.

São mães que olham apenas para si – e querem que todos façam o mesmo, principalmente, o parceiro, a parceira e os filhos. Quando as crianças começam a se desenvolver e a criar interesses diferentes, elas simplesmente não conseguem aceitar. “Já atendi casos em que a sogra, ao passar o fim de semana na casa dos filhos adultos, queria dormir no meio, na cama do casal”, conta Lígia.

Existe também a questão da competição com os filhos, sobretudo na adolescência. Elas querem mostrar que são melhores e que sabem mais. Os sentimentos dos jovens, neste caso, são sempre invalidados.

Por trás desse comportamento…

Por mais paradoxal que pareça, a mãe narcisista tem dificuldade com sua autoestima, por isso, é tão dependente da admiração externa. Muitas vezes, a projeção sobre os filhos (desejar que eles sejam perfeitos, arrumá-los impecavelmente e deixá-los o mais parecido possível com ela) é uma tentativa de fazer com que eles recebam elogios e, assim, saciem seu ego.

“O tempo todo e a qualquer custo, ela vai querer ser reconhecida para suprir esse amor-próprio que não consegue produzir sozinha. Então, sempre vai exigir do parceiro, da parceira, dos filhos, o reconhecimento daquilo que faz e, às vezes, de forma mecânica”, aponta o psicanalista Artur. “O narcisista sempre acha que ele trabalha mais, que o sofrimento dele é legítimo e o do outro não. Muitas vezes, é hipersensível, por tudo se magoa, se fere. Quando começa a sangrar, não para nunca, não suporta uma crítica de qualquer tipo que seja”, acrescenta.

De acordo com o especialista, trata-se de alguém que não consegue se doar, apenas receber doações. “Ela tem dificuldade de ofertar seu tempo para os filhos, porque vai querer que eles, na verdade, deem a ela o máximo de tempo e de atenção. Pode ser abusiva, justamente por se considerar superior. Cria suas próprias regras, exige excessivamente respeito e nunca pede desculpa. Admitir culpa é se diminuir e diminuir a visão que ela tem a respeito de si mesma”, pontua.

Grandes prejuízos e muita terapia

E quais são os reflexos de tudo isso para essas crianças? “O transtorno narcisista na maternidade tem danos gigantescos, até mesmo para a sociedade, porque gera um dano nos filhos e, consequentemente, nos netos. Filhos atingidos por uma mãe narcisista não tratada vão transferir algumas dessas coisas para os seus futuros filhos também”, diz o psicanalista. Está aí, inclusive, uma das explicações mais comuns para uma pessoa narcisista: pode ser que, de alguma forma, ela esteja repassando o que viveu ou, então, usando tais atitudes como um mecanismo de autoproteção.

Tudo isso, enquanto o filho cresce invalidado, tendo suas opiniões e seus desejos atropelados pela “soberania” da mãe. “A criança vai se sentir sempre insegura em tomar suas próprias decisões, vai ficar totalmente dependente dessa mãe”, aponta a psicóloga Lígia. Tal contexto, de acordo com a psicóloga, prejudica as relações sociais e profissionais. “Uma mãe narcisista pode deixar o filho infantilizado também”, complementa.

Quando as crianças crescem e começam a criar novos vínculos, vem um outro momento desafiador. “Às vezes, a mãe ocupa todos os espaços, todas as necessidades. ‘Para que você vai casar? Se relacionar? Tem tudo aqui em casa. Te dou amor, comida’. Ela se acha onipotente”, exemplifica Lígia.

“A mãe narcisista eventualmente quer escolher com quem os filhos vão se relacionar. Eles se veem envolvidos em uma manipulação tão forte, que não conseguem escapar. Há muito dano à liberdade e ao direito de as pessoas fazerem o que têm vontade de fazer”, diz o psiquiatra Wimer Bottura.

Os traços de narcisismo na maternidade trazem prejuízos também para a própria mãe, que, em vez de celebrar, vai sofrer mais a cada passo do filho; que vai ter ainda mais dificuldades nessa missão exaustiva e que exige tanto das mulheres; que fará escolhas muitas vezes desconfortáveis e desvantajosas a ela mesma, apenas para receber elogios e atenção; que precisará lidar com o afastamento das crianças, conforme elas percebem a situação e ganham independência.

Todo mundo é narcisista – e isso pode ser bom!

É importante ressaltar que traços de narcisismo são comuns a todos nósE, em certo momento, especificamente na maternidade, são até essenciais! “Existe uma fase, falando de mães, em que é necessário ser narcisista. É com essa característica que ela vai ler o desejo do bebê a partir da sua experiência”, aponta a psicóloga Lígia.

Segundo a especialista, como o bebê não fala, a mãe pensa, supõe e age para atendê-lo a partir de seus próprios desejos e perspectivas. “É a chamada fase do espelho, em que ela olha para o outro e se vê”, explica a psicóloga. “É um período fundamental para a constituição psíquica do bebê. Sua mãe vai nomeando e ajudando ele a entender o mundo”, explica.

A psicóloga afirma que esse é um processo necessário e, caso não aconteça, há inúmeros prejuízos – por exemplo, a não criação de vínculo entre os dois. “Só que, em determinado momento, isso tem que começar a se deslocar, para que o filho possa se desenvolver. O que acontece com a mãe narcisista é que, muitas vezes, ela acaba vivenciando, olhando aquele filho como uma continuidade dela. Não permite que ele cresça e não volta para a vida dela”, diz.

Como lidar com uma mãe narcisista e o que fazer se você se identificar como uma?

O primeiro desafio é perceber que você é/tem uma mãe narcisista e que certos comportamentos não são normais. Em seguida, é necessário procurar ajuda – tanto sendo filho quanto sendo a mãe. “É preciso buscar uma terapia”, recomenda o psiquiatra Wimer Bottura.

Dizer à mãe que ela é narcisista e que precisa de ajuda é um desafio, já que a mensagem será entendida como uma crítica. Há ainda uma outra questão. Quando ela consegue perceber a existência do problema e se dispõe a fazer um tratamento, vem outra etapa nada simples: provavelmente, a mãe narcisista achará defeitos em todos os profissionais com quem conversar. “Ela vai admirar o terapeuta enquanto ele a admira. Quando ele começar a confrontá-la, ela vai querer fugir e tentar encontrar outro. É preciso ter muita habilidade”, afirma o psiquiatra.

Não se trata de um processo fácil, mas o resultado tende a ser bastante compensador para todos. Se, de alguma forma, você se identificou com o que acabou de ler, pare, reflita e lembre-se: pedir (ou aceitar) ajuda pode fazer toda a diferença.

Artigo publicado no website bebe.com.br, por Vanessa Gomes.

]]>
https://minasi.com.br/minha-mae-e-narcisista-e-agora/feed/ 0 2884
Medo e ansiedade https://minasi.com.br/medo-e-ansiedade/ https://minasi.com.br/medo-e-ansiedade/#respond Thu, 13 Aug 2020 18:52:50 +0000 https://minasi.com.br/?p=2150
Medo tem algo a ver com a ansiedade? Vamos conversar sobre isto…
]]>
https://minasi.com.br/medo-e-ansiedade/feed/ 0 2150