eneagrama https://minasi.com.br Alcançando a integralidade através de terapia holística. Transforme sua vida através de aconselhamento personalizado e treinamento motivacional. Fri, 11 Aug 2023 12:34:58 +0000 pt-BR hourly 1 https://i0.wp.com/minasi.com.br/wp-content/uploads/2024/09/cropped-MeuEuMelhor.png?fit=32%2C32&ssl=1 eneagrama https://minasi.com.br 32 32 103183256 Molduras para pessoas – traços de caráter https://minasi.com.br/molduras-para-pessoas-tracos-de-carater/ https://minasi.com.br/molduras-para-pessoas-tracos-de-carater/#respond Fri, 11 Aug 2023 12:34:58 +0000 https://minasi.com.br/?p=3136

As manifestações individuais presentes no coletivo muitas vezes nos deixam perplexos. Como uma pessoa pode agir ou reagir desta ou daquela forma? O que acontece para que seja assim? Como podemos melhorar interna e externamente, tornando o ambiente mais fluido e menos burocrático ou agressivo?

A resposta está em nosso desenvolvimento mais primitivo, em nossa infância.

Os traços de caráter são marcas e soluções que conseguimos implementar em nossa infância, para lidar com a dor da castração à nossa potência ou ausência do amor. Eles são como as guias que colocamos em nosso cão de estimação para que ele faça o que desejamos ou nos obedeça. De certa forma, na infância, como nossos genitores não conseguiram lidar com a energia livre da criança, dando contornos seguros para que ela pudesse se desenvolver de forma livre, desenvolvendo uma moral natural através da ética, acabam por nos colocar essas “guias” que Wilhelm Reich chamou de couraças musculares de caráter.

cachorro sendo segurado pela guia
O traço de caráter é uma contenção de nossa energia

Então, tanto o aspecto comportamental, sentimental e de pensamento coincidem com as couraças musculares no sentido de conduzir a criança à submissão. Esse congelamento da energia imposto pelos pais produzem na criança acomodações físicas e psíquicas para que o sofrimento seja menor. Isto ocorre no amadurecimento do aparato muscular, cada fase ligada ao segmento que está energeticamente sendo aprontado.

Isto, coloca a criança diretamente ligada ao seu corpo e sujeita à sua relação com as figuras materna e paterna. Aqui não falamos de trauma mas de um treinamento constante, diário, de submissão insistente, de forma a moldar corpo e psique. Cada fase deste desenvolvimento vai liberar ou constranger energia e ação.

Com o passar dos anos esta forma de moldar corpo e psique se torna permanente formando o traço do caráter que acompanhará a pessoa por toda a sua vida. Isto é como uma escala que se movimenta: podendo ser momentos de maior ou menor intensidade na manifestação da couraça do caráter.

Com os traços de caráter aprendemos a nos socializar

Podemos citar os principais traços:

Compulsivo – se fixando até aproximadamente 4 anos

Masoquista – se fixando até aproximadamente 4 anos

Fálico – se fixando até aproximadamente na adolescencia

Histérico – se fixando até aproximadamente na adolescencia

Cada um desses traços de estrutura neurótica pode ser misturado entre si e tomar uma intensidade, com um ou outro se tornando mais presente, dependendo de como a criança se sentiu em cada fase do seu desenvolvimento, em relação à pressão que sofria para se adequar ao sistema da família e à sociedade.

Estes traços podem se manifestar em uma estrutura neurótica ou uma cobertura para uma estrutura limítrofe, onde a base dos problemas está num momento mais primitivo do desenvolvimento infantil, onde o aparato muscular não tinha capacidade de suportar a carga de adaptação necessária.

Estas estruturas pressupõem formas de relação com as figuras de autoridade a partir da experiência com as figuras materna e paterna, produzindo adesões ou rompimentos quando se alcança a idade adulta. Refletindo nas relações suas experiências de adaptação.

Todo este processo é inconsciente, ou seja não há participação da vontade e decisão, mas como o próprio Reich o definiu, uma reação do corpo, que é o próprio inconsciente frente à pressão para se ajustar. Então, podemos dizer que mesmo as reações adultas são inconscientes ou comandadas por esta instância.

Estes traços vão marcar a forma como o individuo vai se relacionar nas relações mais íntimas, familiares e também na sua interação social, dentro do mundo do trabalho e sociedade. Isto vai constituir uma personalidade ou um jeito de funcionar externamente que de certa forma, estará tentando evitar aquela pressão e angústia enfrentada na sua infância, dentro do sistema familiar. Toda a sua busca será por nunca entrar neste conflito, que para o inconsciente tem perigo de sofrimento e morte.

Dentro do ambiente de trabalho, pode se submeter às pessoas, tentando não mostrar raiva ou qualquer atitude que resguarde seu campo. Tal submissão pode demonstrar uma polidez externa, que cobre um ódio e raiva enorme interior. Sorrisos, cooperação, aceitações incondicionais, pouca ou nenhuma manifestação de seus desejos ou pensamentos, evitação, formação de grupos de resistência, liderança democrática, onde não é aplicável, etc…

De outro lado está a raiva exposta, imposição de suas vontades, conflitos abertos e sem solução, vinganças, lideranças ditatoriais, onde não é aplicável, exigências absurdas de produtividade, utilização de imagem pessoal como opressão do outro, etc…

E ainda resta a sedução, os jogos dúbios, os convencimentos elogiosos falsos, a malemolência, etc…

São todas manifestações dos traços de caráter diante de sistemas de relações no trabalho e na sociedade.

A forma de sair destes comportamentos e condicionados é movimentar a couraça, sair do congelamento que ainda funciona sobre a pessoa, assumindo riscos em enfrentar a sua dor interior para que também o grupo se beneficie de seu movimento. A couraça corporal de caráter é um congelamento evitativo da dor, quanto mais se movimenta e flexibiliza, mais energia e movimento se ganha o individuo e a comunidade.

]]>
https://minasi.com.br/molduras-para-pessoas-tracos-de-carater/feed/ 0 3136
Mecanismos de defesa no Eneagrama https://minasi.com.br/mecanismos-de-defesa-no-eneagrama/ https://minasi.com.br/mecanismos-de-defesa-no-eneagrama/#respond Thu, 16 Mar 2023 20:42:33 +0000 https://minasi.com.br/?p=3054 Quando você está em uma situação incerta ou abaixo do ideal, como você reage? Você fica frustrado e na defensiva ou retraído e isolado? Talvez você negue totalmente suas emoções e dê desculpas por seu comportamento. Ou talvez você não tenha certeza de sua reação, com a qual não estaria sozinho – a maioria desses mecanismos de defesa vive profundamente em nosso subconsciente. 

As pessoas usam mecanismos de defesa como forma de evitar emoções difíceis, pensamentos ou partes de si mesmas que consideram inaceitáveis. Embora nem todos os mecanismos de defesa sejam “ruins” per se, eles podem limitar seu crescimento e acesso à totalidade de quem você é. Ao entender como eles operam em sua vida, você pode enfrentar sua sombra e, como resultado, ter mais controle sobre suas reações.

Dado que o Eneagrama ajuda a desfazer nossas estruturas de ego, cujos mecanismos de defesa nos mantêm presos, é uma ferramenta maravilhosa para cultivar a consciência de seus padrões de defesa.

Específico para cada tipo é um medo central que os limita. Cada tipo também pertence a um Centro de Inteligência com uma emoção comum – medo para os tipos mentais, vergonha para os tipos emocionais e raiva para os tipos instintivos. Embora os humanos sejam seres complexos e usem uma variedade de defesas, cada tipo tende a se inclinar para uma defesa primária, dada a forma como sua emoção comum e medo central são expressos. É então usado como uma estratégia de enfrentamento para minimizar ansiedade, raiva ou tristeza indesejadas.

Descubra o mecanismo de defesa associado ao seu tipo abaixo, bem como uma estratégia de como você pode redirecionar esses padrões para viver em sua essência. 

TIPO UM, O REFORMADOR: FORMAÇÃO REATIVA

Os tipo UM trabalham para evitar a raiva, que consideram “errada” ou “ruim”, por meio da formação reativa. Isso significa agir exatamente da maneira oposta à qual eles pensam ou sentem. Por exemplo, se eles acham que seu novo colega de trabalho é uma ameaça, em vez de questioná-lo ou não gostar dele, eles se esforçam para ser gentis com ele. Esta é a tentativa do UM de manter sua raiva e ansiedade sob controle. Alguns têm um forte crítico interno que os repreende por pensamentos, sentimentos ou ações que vão contra o que eles pensam que “deveriam” ser. No entanto, quando não estão cientes dessa defesa, eles podem internalizar ainda mais a raiva e se tornar reativos e críticos quando ela finalmente vier à tona.

Como trabalhar através da formação reativa:

  • Processo verbal – quando você fala sobre algo, pode entender melhor suas reações. Aviso: Você está se contradizendo, passando de elogios para críticas sobre alguma coisa?
  • Verifique seu corpo – como um tipo instintivo, ligado ao corpo, você armazena muita tensão lá. Você está percebendo ombros tensos, mandíbula cerrada ou um buraco no estômago? Use esses sinais como um convite para explorar como você realmente se sente.
  • Faça as pazes com seu crítico interno – se você perceber que está exagerando, explore todas as emoções subjacentes que estão impulsionando esses pensamentos.

TIPO DOIS, O PRESTATIVO: REPRESSÃO

Os tipos Dois trabalham para manter sua imagem de serem úteis por meio da repressão de suas necessidades e sentimentos pessoais. Isso pode ser extremamente difícil de reconhecer, pois é um bloqueio inconsciente de emoções, desejos, medos e necessidades de entrar em sua consciência. Seu cérebro consciente decide que é mais fácil “esquecer” essas coisas completamente para que você não pareça carente – mas o problema é que você realmente não esquece. Você se apega aos dados e expressa sua ansiedade buscando segurança e validação de outras pessoas, em vez de explorar o que realmente precisa. 

Como trabalhar através da repressão:

  • Faça check-ins diários consigo mesmo. Pergunte a si mesmo do que você precisa mais, não menos. Se nada vier à sua mente, continue se perguntando. Entre em sintonia com seu corpo e veja se consegue captar alguma sugestão. 
  • Reserve um tempo sozinho em sua agenda pelo menos uma vez por semana para processar seus pensamentos e emoções longe de todos os outros
  • Observe quando você está precisando de mais segurança e o que isso pode estar lhe dizendo. Na mesma nota, onde você pode estar ficando mais de pavio curto e reativo? Ambos são indicadores de um desejo não satisfeito.

TIPO TRÊS, O EMPREENDEDOR: IDENTIFICAÇÃO 

Os Tipos Três querem manter uma imagem exemplar de sucesso. Quando sentem que isso é ameaçado, inconscientemente adotam as características ou atributos de alguém que admiram em suas próprias personalidades. Isso se chama identificação. Um exemplo de como isso pode acontecer é um TIPO TRÊS que está lutando para começar a fazer amizade com alguém que considera bem-sucedido e modelar seu comportamento em seu próprio negócio – muitas vezes, sem perceber. Isso porque pode ser muito doloroso para Três lidar com a rejeição que eles podem enfrentar por serem autenticamente eles mesmos. No entanto, se não estiverem cientes, podem continuar mudando de identidade e personalidade sem nunca descobrir o poder de seu verdadeiro eu.

Como trabalhar através da identificação:

  • Observe como seu medo do fracasso influencia suas decisões, comportamentos e pensamentos. Use isso como uma oportunidade para verificar sentimentos mais profundos. 
  • Pare de comemorar o que você faz e, em vez disso, celebre quem você é fora de suas conquistas. Explore seus valores, ideais e outras áreas de interesse para fundamentar seu senso de valor próprio.
  • Respiração profunda – observe sua energia motriz para entrar em ação e permita-se desacelerar, respirar e observar antes de seguir em frente. Afirme a si mesmo que você está exatamente onde precisa estar.

TIPO QUATRO, O INDIVIDUALISTA: INTROJEÇÃO

Os Tipos Quatros evitam a rotina e o comum por meio da introjeção, que é querer manter um senso único de si mesmo. Este é um mecanismo de defesa contra-intuitivo em que você internaliza o feedback negativo e absorve as crenças de alguém no poder. Por exemplo, se um pai o critica por uma decisão pessoal que você tomou, você leva isso a sério, pensa que fez a escolha errada e se culpa. Ao mesmo tempo, os dados positivos são rejeitados. Isso o mantém preso no padrão Quatro de acreditar que algo dentro de você está faltando ou é deficiente. É mais fácil para você lidar com o dano causado a si mesmo do que enfrentar a rejeição ou a situação em questão. 

Como trabalhar através da introjeção:

  • Desenvolva um hábito positivo de conversa interna. Isso aumenta seu senso de valor próprio e também pode facilitar a lidar com sentimentos dolorosos.
  • Observe como você tende a se culpar e se concentrar nas partes “danificadas” de si mesmo. Comece a comemorar seu progresso, vitórias e partes incríveis de si mesmo que o tornam “você”.
  • Quando estiver sobrecarregado com feedback ou emoções negativas, tente uma prática de respiração onde possa observar e abrir espaço para seus sentimentos. Reserve um momento para realmente senti-los e, em seguida, deixe-os ir a cada expiração, sabendo que eles não definem você.

TIPO CINCO, O OBSERVADOR: ISOLAMENTO

Os Tipos Cinco usam o isolamento como uma forma de proteger seus recursos internos e evitar se sentirem esgotados. Isso pode estar se isolando fisicamente ou se retirando mentalmente de seu mundo emocional. Compartimentando seus pensamentos de seus sentimentos, seus sentimentos de seus somáticos e assim por diante, eles permanecem em suas cabeças e adquirem conhecimento como uma forma de sentir segurança e auto-estima. No entanto, isso também pode impedir que os Tipos Cinco desenvolvam a conexão e o envolvimento de que precisam com os outros, bem como com todo o seu eu.

Como trabalhar no isolamento:

  • Observe quando você está se afastando com mais frequência, física ou emocionalmente, e identifique seus gatilhos. Existe algo mais enraizado que você precisa explorar?
  • Saia da sua cabeça e entre no seu corpo com movimentos diários – pode ser tão simples quanto dar um passeio onde você se concentra na respiração e estar no momento presente
  • Conecte-se com outras pessoas – fale sobre o que você está sentindo com alguém de confiança ou verifique seus entes queridos com mais regularidade. Isso pode parecer contra-intuitivo, mas você descobrirá uma abundância de energia quando se envolver (claro, você pode e deve reservar um tempo para recarregar depois!).

TIPO SEIS, O LEGALISTA: PROJEÇÃO

O oposto da introjeção, o Tipo Seis usa a projeção como forma de evitar a rejeição e manter sua imagem de leal. Este é o lançamento de seus próprios pensamentos, emoções, comportamentos, inseguranças ou motivações para outras pessoas. Embora isso possa ser positivo ou negativo, é uma maneira inconsciente de Seis lidar com sua ansiedade, criando uma sensação de certeza e minimizando situações potencialmente ameaçadoras. Um exemplo disso é ir a uma festa e não conhecer ninguém. Você acha que todo mundo está criticando você por estar sozinho, quando na verdade você está projetando sua própria insegurança sobre isso vindo de outras pessoas. O irônico é que, embora a projeção seja uma defesa contra a ansiedade difusa, ela pode realmente aumentar os níveis de ansiedade quando a mente se torna hiperativa com possibilidades e situações que podem nem ser verdadeiras. 

Como trabalhar através da projeção:

  • Observe como a ansiedade se sente em sua mente e corpo. Sua cabeça gira e seu coração dispara? Reconhecer seus gatilhos pode ajudar a minimizar possíveis padrões de projeção.
  • Entenda a raiz da sua ansiedade. Dúvida e preocupação são emoções familiares, mas de onde elas realmente vêm? É frustração, tristeza ou outra coisa que você precisa explorar?
  • Definir limites. Muitas vezes você se sente obrigado a fazer tudo, o que pode gerar ansiedade. Proteger seu espaço, tempo e energia pode diminuir sua reatividade e níveis de estresse.

TIPO SETE, O ENTUSIASTA: RACIONALIZAÇÃO

Os Tipos Sete são otimistas, otimistas e querem manter sua disposição ensolarada. Caso isso seja ameaçado, eles usam a racionalização para evitar lidar com a dor. Essa é a tendência de explicar ou justificar seus pensamentos, sentimentos e comportamentos inaceitáveis ​​como forma de evitar suas verdadeiras emoções. Como o Sete deseja projetar que tudo está bem e bom, eles usam a racionalização como uma reformulação positiva das situações. Por exemplo, digamos que eles estão atrasados ​​para uma reunião importante. Em vez de tomar posse, um Sete pode justificar seu comportamento explicando que teve uma nova ideia ainda melhor do que a original. A racionalização os mantém presos em suas cabeças, evitando sentimentos de ansiedade, tristeza, raiva, culpa ou desconforto.

Como trabalhar através da racionalização:

  • Observe sua tendência de reformular as situações sob uma luz positiva – claro, não é uma coisa ruim ver frestas de esperança, mas isso também pode ser uma indicação de que há algo enterrado sob a superfície.
  • Saia da cabeça e entre no corpo com caminhadas diárias, nas quais você se concentra em seu estado interno e não em estímulos externos. Esteja ciente de quais emoções surgem e reserve um tempo para explorá-las!
  • Fique presente – você tende a confiar no planejamento futuro como escapismo, mas ficar presente permite que você examine seus pensamentos e sentimentos para que possa se sentir contente como está.

TIPO OITO, O CONFRONTADOR: NEGAÇÃO

Os Tipos Oito querem ser vistos como fortes, então eles usam a negação como uma forma de evitar a vulnerabilidade. Essa é uma forma inconsciente de lidar com a ansiedade ou a dor, na qual, em vez de vivenciar uma situação, você se recusa a reconhecê-la por completo – e, o mais importante, os intensos pensamentos e sentimentos que ela traz. Digamos que um Oito brigue com um amigo próximo. Em vez de confrontar a nocividade disso, eles podem negar a dor que é então expressa por meio da raiva, da expansividade e de fazer outras coisas para se manter “ocupado”. Os Tipos Oito são muito cautelosos e não confiam facilmente como forma de evitar se machucar. Ao negar a realidade de uma situação, ajuda a minimizar a gravidade dela ou mesmo a assumir responsabilidade nela. 

Como trabalhar através da negação:

  • Observe como quanto mais você aumenta a energia instintiva do seu corpo, mais você se distancia de suas emoções. Use essa consciência como um sinal para verificar o que você está sentindo por trás da raiva.
  • Reformule a maneira como você vê a vulnerabilidade – e se você visse a exibição de emoções como uma força, não uma fraqueza?
  • Esteja ciente de como você pode externar a culpa, seja ela dirigida a outras pessoas ou algo fora de seu controle. Pare, respire e considere se você está evitando a raiz de alguma coisa. 
  • Explore seus medos – você pode ter medo de enfrentar um problema e nem mesmo saber disso, e é por isso que pode ajudar a reconhecer o medo em primeiro lugar.

TIPO NOVE, O PACIFICADOR: NARCOTIZAÇÃO 

Noves querem manter um senso de equilíbrio interno, usando narcotização para lidar com situações estressantes. Este é o ato de “entorpecer” com atividades rítmicas familiares como forma de evitar sentir dor ou ansiedade. Pense em alguém tendo problemas com limites de colegas de quarto, por exemplo. Em vez de abordar o assunto diretamente, um Nove pode passar mais tempo com outros amigos ou escolher um novo hobby para se manter ocupado. Qualquer atividade habitual, seja trabalho, tarefas domésticas, comida e bebida ou entretenimento, permite que Noves “adormeçam sozinhos”. É evitar o conflito – interno ou externo – que faz com que Noves percam a conexão com suas identidades. 

Como trabalhar através da narcotização:

  • Observe quando e com que frequência você recorre a atividades rítmicas para desabafar e explore o que pode estar evitando.
  • Fique à vontade com sua raiva – pode ser um caminho poderoso para entender seus verdadeiros desejos e necessidades, explorando emoções mais profundas. 
  • Pratique tomar uma posição e afirmar-se com mais regularidade. Isso pode ser pequenas decisões diárias ou resolver um conflito. Adquirir o hábito de falar abertamente ajuda você a se conectar mais consigo mesmo e evitar a evasão.

FONTE: TRUITY

]]>
https://minasi.com.br/mecanismos-de-defesa-no-eneagrama/feed/ 0 3054
Eneagrama: Dicas e caminhos para crescimento https://minasi.com.br/eneagrama-dicas/ https://minasi.com.br/eneagrama-dicas/#respond Tue, 17 Jan 2023 14:27:15 +0000 https://minasi.com.br/?p=3015 Um dos patrimônios que a humanidade nos dá é a busca por conhecer-se. Isto está presente em diversas tradições religiosas e sistemas filosóficos, através da história humana. O Eneagrama é destas buscas de entender o porquê e o como de nosso jeito de estar no mundo.

Aqui, algumas dicas para o crescimento de quem já conseguiu se perceber. O Eneagrama não é uma forma de colocar etiquetas nas pessoas, mas um caminho de espiritualidade para o desenvolvimento pessoal. Sempre está falando em primeira pessoa e as relações a partir desta perspectiva.

Espero que ajude em seu crescimento.

Eneatipo UM: O Perfeccionista

Se você for do Eneatipo UM lembre-se:

eneatipo 1
Eneatipo 1
  • De prestar atenção ao tom de voz para que:
  • Não soe como censura ou moralista, quando afirma o que está correto ou errado;
  • Não seja repetitivo e estressante quando estiver se sentindo ferido ou desrespeitado.
  • Que quando se controla ou se sente culpado você poderá:
    • parecer irritado
    • Usar o sarcasmo e o cinismo
  • De elogiar as pessoas quando fizerem ou disserem algo que lhe agrada, para que se sintam valorizadas.
  • Quando estiver se sentindo desrespeitado fale sobre os seus sentimentos e como você pensa.
  • Antes de sugerir melhoras certifique-se que você entendeu o que está acontecendo.
  • Se gostar de uma pessoa diga-lhe: às vezes, sua postura crítica passa uma imagem de pessoa inacessível e não tendo certeza de que você gosta dela procura manter distância, mesmo que também goste de você.

Ao falar com uma pessoa do Eneatipo UM, lembre-se:

  • Fazer-lhe perguntas em um tom não crítico ajuda-a a perceber os seus próprios sentimentos, já que ela pode não saber como se sente.
  • Para apresentar uma idéia nova, faça-a de maneira lógica e não emocional, pois aceitarão melhor.
  • Que são sensíveis às críticas e manipulações, portanto, seja direto.
  • Que ao se mostrarem irritadas, isto pode não ter nada a ver com você, pode ser algo completamente diferente e a pessoa nem sabe disso.
  • Que ao ver algo errado, deve dize-lo, assim como se desculpar por seus próprios erros e críticas, pois as pessoas desse Eneatipo gostam de saber que não são as únicas que erram.

Eneatipo DOIS: O ajudante, o prestativo

eneatipo 2

Se você for do Eneatipo DOIS lembre-se:

  • Que é um ouvinte atencioso, mas não se esqueça de falar de você.
  • De ser você mesmo na conversa, em vez de agradar a outra pessoa.
  • Sentindo-se feridas ou tratadas injustamente, diga-o de maneira calma e o quanto antes.
  • Fale de suas necessidades e não culpe os demais por não satisfaze-las, nem todos têm a sua intuição para as necessidades das pessoas.
  • Quando desejar uma opinião peça-a diretamente, não induza a pessoa com quem está a responder de um modo indireto.
  • Quando as pessoas recusarem a sua ajuda, aceite sem se sentir rejeitada.
  • De dar espaço às pessoas para resolverem os seus problemas.

Ao falar com uma pessoa do Eneatipo DOIS. lembre-se:

  • De convidá-la a falar de si mesma, pois tenderá a falar só de você.
  • De dizer-lhe que lhe dá prazer fazer algo para ela, quando o fizer.
  • De perguntar-lhe como está se sentindo e do que precisa quando parecer emocionada, distraída ou ansiosa.
  • Não se frustre se a pessoa não souber como se sente ou mudar a conversa para você, simplesmente mostre que está interessado nela.
  • Não as deixe isoladas no trabalho ou em um projeto. Certifique-se de permitir a comunicação.
  • Diga-lhe que aprecia o que ela faz por você.
  • Mostre-lhe que você gosta dela, independente dela ajudá-lo ou do seu modo de agir.
  • Na comunicação seja sincero e objetivo, pois são sensíveis à manipulação e à insinceridade e se retirarão se sentirem isso.

Eneatipo TRÊS: O Engodo, O hiper-realizador

eneatipo 3

Se você for do Eneatipo TRÊS. lembre-se:

  • Você se distrai visualmente, portanto, procure um lugar onde possa ouvir atentamente as pessoas.
  • De fazer um esforço para ouvir as pessoas e reconhecer os seus pontos fortes, pois a maioria não tem a mesma ambição que você.
  • Pare. Dê o tempo necessário para ouvir as impressões dos outros, especialmente das pessoas queridas.
  • As pessoas vão considerá-lo melhor, não pior, por revelar como se sente, portanto, revele-se.
  • De estar atento para não sufocar os outros: fale como se sente e ouça o que os outros têm a lhe dizer.
  •  De dizer às pessoas que aprecia sua contribuição no trabalho e entre amigos,

Ao falar com uma pessoa do Eneatipo TRÊS. lembre-se:

  • A possibilidade de atingir um resultado melhor é o melhor caminho para ela mudar o jeito de fazer uma coisa ou pelo menos pensar a respeito.
  •  Se não quiser que se afastem, não insista num ponto.
  • Evite crítica, pois elas só farão com que represente mais.
  • Procure entrar em seu nível de energia para se comunicar melhor, e quando estiverem lado a lado, talvez você possa alterar o passo.
  • Numa conversa se se distraírem ou passarem para outro aspecto rapidamente, não leve para o lado pessoal, pergunte se podem se acalmar um pouco e por quê.
  • As pessoas do Eneatipo Três custam a acreditar que são queridas, portanto, se gostar de sua companhia não deixe de dizer.

Eneatipo QUATRO: O Individualista, o romântico

O eneatipo 4
eneatipo 4

Se você for do Eneatipo QUATRO. lembre-se:

  • Grande parte das pessoas não está ligada aos sentimentos tanto quanto você.
  • De ater-se ao aqui e agora.
  • Não espere que as pessoas adivinhem o que está sentindo, diga-lhes para que possam ser soldarias a você.
  • Cuidado nas discussões para não ser presa das emoções.
  • Caso se sinta presa às emoções peça que a esclareçam, ajudando-a a permanecer sóbria.
  • Quando se sentir inferiorizada ou vitimada, diga às pessoas como se sente e peça que digam como vêem a situação, em  vez de usar o sarcasmo.

Ao falar com uma pessoa do Eneatipo OUATRO, lembre-se:

  • Ele pode perceber coisas que você nem imagina, portanto, respeita a sua intuição.
  • Não tente discutir as suas emoções, elas são para valer.  
  • Por mais acalorada que seja a discussão, respeite os sentimentos dela.
  • Demonstre os seus sentimentos do modo como estes lhe o ocorrerem.
  • Quando se mostrar “emburrada” pergunte-lhe o que está sentindo.
  • Mostre que se preocupa com ela e a valoriza, pois, por mais que não demonstre, ela tem baixa auto-estima.
  • Quando necessitar de ajuda, peça diretamente. Ela gostará de ajudá-lo, mesmo que aparentemente distraída.
  • De entrar no ritmo dela, para que se sinta compreendida. Então poderá relaxar e ficar mais à vontade.

Eneatipo CINCO: O Observador

eneatipo 5

Se você for do Eneatipo CINCO. lembre-se:

  • Quanto mais você se retrai, mais provoca o que não quer. Tente mostrar como se sente, ainda que precise só de um espaço.
  • Diga às pessoas que tem dificuldade de defender sua opinião.
  • Você precisa de um tempo antes de se decidir, portanto, diga às pessoas que sua presença prejudica sua reflexão.
  • As pessoas não se sentirão ludibriadas, se você reservar um tempo para uma conversa franca.
  • Sentindo-se pressionada, reclame para os outros que estão cobrando demais: eles não o fazem por mal.
  • Mosfre aos amigos que você tem sentimentos sim, mas que tem dificuldade de expressa-los no momento.
  • Refribua os sentimentos das pessoas com palavras, para que não se sintam rejeitadas ou menosprezadas.

Ao falar com uma pessoa do Eneatipo CINCO, lembre-se:

  • Ela tem dificuldades para se exprimir, portanto, não se ofenda se ela se mostrar retraída.
  • Ela é sensível a sinais não verbais e irá se retrair se você não se mostrar inofensivo e interessado.
  • Se precisar lhe falar, procure-a com antecedência.
  • Ela precisa de um tempo a sós para tomar decisões.  
  • Não se prenda ou pareça dependente, respeite os seus limites.
  • O fato de mostrar que confia nela, vai fazer com que se saia bem. Não precisa exagerar nos elogios.
  • Quando revelar seus sentimentos, faça-o de forma moderada; seja direto e sincero.
  • Quando não está à vontade pode parecer arrogante, indiferente ou imitada.
  •  Quando lhe pedir alguma coisa, não o faça como cobrança e sim como um favor.

Eneatipo SEIS: O Partidário, o questionador

eneatipo 6

Se você for do Eneatipo SEIS. lembre-se:

  • Ao questionar um fato, perceba se você não exagerou: pergunte aos amigos o que eles acham.
  • Você tem tendência a projetar: quando tiver certeza de que algo ruim está acontecendo, verifique a que provocação está respondendo, (isso tem a ver comigo?) veja como os outros se sentem e o que pensam.
  • Algumas pessoas precisam de contato regular como prova de sua amizade e confiabilidade
  • Diga às pessoas que pode parecer que você hesita, mesmo quando está comprometido, mas isso quando se comprometer a fazer algo que realmente fará.
  • Suas dúvidas podem ser entendias como desconfiança, parecendo que não acredita mais no que disse, portanto, converse a respeito do seu comprometimento.
  • Os outros podem não entender a mensagem por trás de suas ações, lembre-se de contar-lhes o que sente, assim como de apóia-los no que for preciso.
  • Quando se perceber dominando uma conversa, pergunte-se como se sente, e pense em discutir o assunto.

Ao falar com uma pessoa do Eneatipo SEIS, lembre-se:

  • Ela tem dificuldade para confiar por causa de sua mente hesitante. Caso desconfie de seus elogios ou cumprimentos não leve para o lado pessoal.
  • Ouvi-la e mostrar que entendeu ajuda-a a confiar em você.
  • Comunique-se de forma precisa e realista. Lembrandose que é fácil para esse eneatipo projetar motivos ocultos e segundas intenções.
  •  Compartilhe com ela com bom humor, encoraje-a a ver o lado positivo das coisas e a rir.
  • Nunca critique ou julgue os seus medos.
  • Se agir de forma constante, coerente e de acordo com suas palavras vai gerar confiança.
  • Ajude-a a sair do campo imaginário (suas projeções), fazendo-lhe perguntas do tipo: O que está acontecendo? O que acha da situação?
  • Mostre à pessoa que você gosta dela, de um modo não sentimental.Os gestos funcionam melhor que as palavras.

O Eneatipo SETE: O Epicurista, o bon-vivant

Eneatipo 7

Se você for do Eneatipo SETE. lembre-se:

  • De ouvir as pessoas: as opiniões e sentimentos delas podem ser tão verdadeiros quanto os seus.
  • Quando alguém lhe fizer confidências partilhando algum problema, pergunte se gostaria de alguma ajuda; não vá lhe dizendo o que poderia fazer.
  • De partilhar com os amigos como é dificil para você comentar suas emoções e o que é importante emocionalmente para você.
  • Diga às pessoas que é sensível a uma crítica, mesmo quando ela não é explicita, isto o deixa muito bravo. Peça-lhe para não levar para o lado pessoal.
  • A sua imaginação é muito fértil que é capaz de acreditar que falou uma coisa aos outros, quando não o fez. Confirme.
  • Antes de se por a agir porque mudou seus objetivos ou por em prática uma idéia melhor ou mais brilhante, avise as pessoas para dar-lhes a chance de cooperar com você, e para que não se sintam ignoradas.
  • Quando delegar uma tarefa a alguém — no trabalho ou em casa – e surgir uma idéia melhor para fazê-la, apresente-a à pessoa. Não se apresse em fazê-la sozinha.

Ao falar com uma pessoa do Eneatipo SETE lembre-se:

  • As pessoas deste Eneatipo tendem a divagar. Ajude-as a ficar no presente fazendo-lhes perguntas, inclusive sobre os seus sentimentos.
  • Tente deixá-la bem-humorada mantendo uma conversa animada.
  • Quando ela estiver falando de suas visões ouça-a e aprecie, pois ela está compartilhando uma parte do seu ser. Não tente anular suas idéias.
  • Se a idéia que vai lhe apresentar pode afetar os planos dela, dê-lhe algum tempo para incorporar suas observações, pois tenderá a resistir.
  • Ao dar-lhe uma idéia, apresente-a baseada em vantagens a curto e médio prazo do seu modo de fazer. Não critique nem dê instruções.
  • Quando for ajudá-la a enfrentar uma emoção dolorosa ou evasiva, seja firme, tenha fibra, e não leve para o lado pessoal se ela tentar colocá-lo como a pessoa errada. Simplesmente traga-a de volta ao assunto.

Eneatipo oito: O Chefe

Eneatipo 8

Se você for do Eneatipo OITO. lembre-se:

  • Que elevar a voz faz com que as pessoas parem de ouvir, e você pode falar mais alto do que imagina.  Quando achar que não o escutam não fique repetindo em voz mais alta, solicite à outra pessoa para ajudar a esclarecer, dizendo-lhe o que acha que entendeu do que você disse.
  • De esclarecer as pessoas que quando faz muitas perguntas, é porque deseja saber se entenderam e não para desagradá-las.
  • De ouvir as pessoas atentamente e refletir sobre o seu ponto de vista antes de dar-lhes uma resposta.
  • Nem todas as pessoas têm tantas respostas quanto você. Talvez seja melhor dar-lhes um tempo em vez de teimar em querer tudo para já.
  • Ao se sentir incomodado explique imediatamente. A pessoa pode não saber que você se incomodou.
  • De sua tendência de ser agressivo sem um motivo forte para isso. Ao agir assim, peça desculpas tão logo perceba.

Ao falar com uma pessoa do Eneatipo OITO, lembre-se:

  • Elas reagem negativamente a qualquer coisa parecida com manipulação.Procure dizer o que pensa, falando diretamente sem evitar assuntos.
  • Ao afirmar que fará algo, faça.
  • Se quiser que ela lhe dê atenção e ouça o que você tem a dizer numa discussão, mostre-lhe que entendeu o ponto de vista dela.
  • Muitas vezes a forma de manifestação delas é muito intensa e parece uma discussão ou agressão, quando é um modo agradável e seguro de se expressar. Por isso, diga-lhes se estiverem exagerando ou sendo demais para você, caso se sinta ameaçado.
  • Quando se sentir ferido em seus sentimentos avise-a: poderá ter feito sem querer.
  • Se você tem alguma regra não explicita sobre como quer que a relação se estabeleça, informe logo, e esteja disposto a discutir o assunto.
  • Ela reage rapidamente e tem dificuldade para perdoar caso se sinta humilhada. Portanto, não caçoe dela.
  • Evite mentiras, a menos que não se importe em ser atacado ou proscrito.

Eneatipo NOVE, O Mediador

Eneatipo 9

Se você for do Eneatipo NOVE. lembre-se:

  • Quando não souber o que quer ou sente, os outros poderão interpretar seu silêncio como rejeição. Por isso, fale como está se sentindo.
  • Demonstre sua opinião quando perceber que o seu silêncio é resistência passiva.
  • Ao ser interrogado se está com raiva, pense um pouco antes de responder.
  • Quando achar que não lhe deram ouvido, explique às pessoas antes de protestar longamente.
  • Demonstre sua raiva. Na maioria das vezes parecerá um pouco enérgico.
  • Atenha-se ao assunto, sempre que possível.
  • Ao ser interrogado procure descobrir o que a pessoa quer saber exatamente, para lhe dar uma resposta adequada.

Ao falar com uma pessoa do Eneatipo NOVE. lembre-se:

  • De prestar atenção e fazer com que perceba que você a ouviu.    
  • Demonstre que está acompanhando a conversa: elas costumam pensar que não lhe dão ouvidos ou a desprezam.
  • Ela parece estar muito presente nas conversas, mas podem estar se projetando e se refletindo no interlocutor. Portanto, faça perguntas para saber o que elas pensam.
  • Como é muito dispersiva, poderá ajudá-la a se concentrar fazendo-lhe perguntas.
  • Se quiser saber o que pensa e sente, não force as respostas, mas propicie uma área de interesse em que ela possa considerar e decidir: “Estive pensando, o que acha disso? Talvez concorde comigo: não sei, não, só estava pensando”.
  • Que ela poderá concordar com cada locutor enquanto eles estiverem falando, por isso numa reunião de negócios, antes que acabe, peça a sua opinião fazendo-lhe perguntas.

Pinturas de Ana Roldan

]]>
https://minasi.com.br/eneagrama-dicas/feed/ 0 3015
A Comunicação e o Eneagrama https://minasi.com.br/a-comunicacao-e-o-eneagrama/ https://minasi.com.br/a-comunicacao-e-o-eneagrama/#respond Thu, 09 Sep 2021 10:00:00 +0000 https://minasi.com.br/?p=2497

Oitenta por cento ou mais da comunicação não são as palavras que usamos, mas os padrões de nossa fala e as maneiras não verbais de nos comunicarmos. Mas a comunicação é uma via de mão dupla entre o comunicador e o ouvinte, e a comunicação sempre existe e é interpretada dentro de um contexto – por exemplo, a cultura da organização, região ou país; a estrutura hierárquica tácita ou explícita; e a história dos indivíduos envolvidos.

A comunicação no Eneagrama permite que você entenda como os estilos de comunicação se desenvolvem a partir dos tipos do Eneagrama, com ambos os pontos fortes, mas também distorções não intencionais no emissor e no receptor da comunicação. Ainda mais, o Eneagrama ajuda a honrar nossos pontos fortes de comunicação e minimizar nossas distorções de comunicação, a fim de ser compreendido e compreender os outros com mais precisão.

Descubra os pontos fortes de comunicação, desafios e dicas de desenvolvimento para cada tipo de Eneagrama.

Forças

Um
Cordial, educado, honesto, atencioso, equilibrado, opiniões e ideias bem formuladas.
Dois
Ouve com atenção, oferece assistência, faz perguntas, altamente relacional, compassivo.
Três
Confiante, claro, concreto, eficiente, voltado para a solução, agradável, direto.
Quatro
Profundo, estabelece ressonância emocional intenso, empática, não superficial, curioso.
Cinco
Respeitoso, estimulante, interessante, não intrusiva, sutilmente divertido, observador.
Seis
Complexo, convidativo, sério, questionador, espirituoso e irônico.
Sete
Leve de coração, em ritmo acelerado, animada, envolvente, contador de histórias emocionantes, otimista, falante.
Oito
Franco, direto, autoritário, direto, orientado para a ação.
Nove
Relaxante, aberto, afirmativo, solidário, estabelece conexão facilmente.

Desafios

Um
Facilmente irritável, usa palavras de julgamento como  deveria  e  necessário, opinativo, mostra seu desagrado visivelmente.
Dois
Excessivamente indireto ou muito direto, irritado ou reclamando quando cansado ou chateado, oferece conselhos não solicitados.
Três
Impaciente com longo discurso ou trocas emocionais, irritado quando frustrado, não revelando totalmente.
Quatro
Excessivamente intenso, temperamental ou remoto, redireciona a conversa para eu mesmo, usando palavras como  eu,  sou,  meu,  freqüentemente.
Cinco
Relutante em compartilhar informações ou sentimentos pessoais, fala e linguagem corporal controladas, excessivamente breve.
Seis
Excessivamente reativo nas respostas, excessivo questionamento cético dos outros, torna-se agitado ou zangado facilmente.
Sete
Conta histórias excessivamente longas, pode ser difícil de seguir em uma sequência linear, torne-se facilmente distraído, fala rapidamente.
Oito
Comandante e exigente, desafiador, desdenhoso, fica profundamente zangado rapidamente.
Nove
Expressão baixa de intensidade de sentimento, não comunicativa com as próprias opiniões ou perspectivas.

Dicas de desenvolvimento

Um
Esteja mais ciente de sua linguagem corporal e da mensagem que você comunica por meio do comportamento não-verbal
Dois
Mantenha uma fronteira mais clara entre você e a outra pessoa, expresse seus sentimentos mais diretamente.
Três
Ouça os outros por mais tempo para que eles se sintam ouvidos, expresse-se em um maneira mais completamente genuína.
Quatro
Desintensifique sua necessidade de conectividade profunda com todos, reduza palavras e histórias de autorreferência.
Cinco
Faça mais perguntas, compartilhe mais informações pessoais, se preocupe menos em se intrometer nos outros.
Seis
Questione menos os motivos dos outros, respire antes de reagir muito rápido, confie mais em seus próprios insights.
Sete
Ouça até que os outros terminem completamente o que estão dizendo, conte menos histórias, faça mais perguntas.
Oito
Ouça até mesmo aqueles que você não respeita, explique seu pensamento e reações instintivas de forma mais completa.
Nove
Compartilhe seus próprios pensamentos e sentimentos, reconheça que seu dizer  uh huh  indica acordo.

]]>
https://minasi.com.br/a-comunicacao-e-o-eneagrama/feed/ 0 2497
A Tomada de decisão e o Eneagrama https://minasi.com.br/a-tomada-de-decisao-e-o-eneagrama/ https://minasi.com.br/a-tomada-de-decisao-e-o-eneagrama/#respond Mon, 06 Sep 2021 10:00:00 +0000 https://minasi.com.br/?p=2494

Pessoas em todos os níveis organizacionais – e especialmente líderes – tomam decisões grandes e pequenas todos os dias, e o tempo de ciclo para isso nunca foi tão rápido. Ao mesmo tempo, há muito pouca orientação sobre como tomar decisões ideais, aquelas que têm o maior impacto possível com o mínimo de repercussão.

A tomada de decisão no Eneagrama permite que você tome decisões bem fundamentadas acessando sua cabeça, coração e intestino, mas também levando em consideração a cultura organizacional, as expectativas de tomada de decisão da organização e estrutura de autoridade, e outros fatores relacionados à decisão, tais como sua urgência, complexidade e a resistência antecipada.

Descubra mais sobre os pontos fortes de tomada de decisão, desafios e dicas de desenvolvimento para cada tipo de Eneagrama.

Forças

Um
Confie em seu instinto e use sua mente para dar sentido a sua reação instintiva, operacionalize decisões rapidamente.
Dois
Confie em seus sentimentos e no impacto sobre os outros, facilmente convoque outros para seguir suas decisões.
Três
Considere rapidamente as opções com prós e contras de cada um, então mover-se rapidamente aos planos e ação.
Quatro
Tome decisões baseadas em valores bem considerados, muitas vezes utilizando sua intuição.
Cinco
Use decisões lógicas e completamente fundamentados, acessando todos os fatos relevantes.
Six
Pense através do impacto de todas as decisões possíveis, incluindo possíveis cenários que podem se tornar obstáculos.
Sete
Perceba as múltiplas opções para decisões possíveis, bem como uma variedade de caminhos para a execução.
Oito
Tome decisões instantâneas e baseadas em instintos que incluam uma grande ação e uma compreensão dos sistemas.
Nove
Integre pontos de vista e alternativas variados usando uma perspectiva de 360 ​​graus, envolva outros por meio do consenso.

Desafios

Um
Tomada de decisão rápida baseada em reação pode resultar na não consideração de uma variedade de escolhas alternativas.
Dois
Pode ter dificuldade em tomar decisões que poderiam gerar resistência ou impactar negativamente as pessoas.
Três
Pode tomar decisões que são eficientes ou convenientes, mas não necessariamente eficazes.
Quatro
Pode levar muito muito tempo para tomar decisões importantes, particularmente quando os seus valores se sentir comprometido.
Cinco
Precisam de informação abundante, que pode não ser possível obter, para se sentir confortável com uma decisão.
Six
Pode ficar ansioso – mesmo paralisados – na tomada de decisões, ou pode tomar outras, impulsivas.
Sete
Pode tomar decisões muito rápidas com base em uma boa ideia, mas sem a deliberação necessária.
Oito
Tome grandes decisões tão rapidamente que outras opções não são consideradas ou pessoas que não participaram da ação.
Nove
Podem se sentir extremamente pressionados quando solicitados a tomar decisões polêmicas ou unilaterais.

Dicas de desenvolvimento

Um
Tomada de decisão se torna uma forma de arte, usando apenas o suficiente para obter o resultado pretendido.
Dois
Não deixa seus sentimentos pessoais atrapalharem a tomada de decisões difíceis, equilibre fatos e sentimentos.
Três
Usa eficácia, eficiência e impacto nas pessoas igualmente como seus critérios de tomada de decisão.
Quatro
Usa lógica, intuição, fatos e sentimentos igualmente em suas deliberações de tomada de decisão.
Cinco
Aprende a tomar decisões mais rápido usando seu coração e intuição, bem como sua cabeça.
Seis
Confie mais em si mesmo perguntando a si mesmo o que você aconselharia outro a fazer em uma situação semelhante
Sete
Certifique-se de ter todos os dados, não apenas os destaques, antes de tomar suas decisões.
Oito
Questione suas suposições antes de agir imediatamente, desacelere seu processo.
Nove
Sempre que você precisar tomar uma decisão, consulte seu instinto e ouça com atenção

Fonte: The Enneagram Business

]]>
https://minasi.com.br/a-tomada-de-decisao-e-o-eneagrama/feed/ 0 2494
A Análise Reichiana e o Eneagrama https://minasi.com.br/a-analise-reichiana-e-o-eneagrama/ https://minasi.com.br/a-analise-reichiana-e-o-eneagrama/#comments Wed, 06 Jan 2021 14:45:44 +0000 https://minasi.com.br/?p=2260 Quero propor um diálogo entre o universo do Eneagrama e e a Psicologia Corporal de Wilhelm Reich, focando o trabalho na ponte entre o Eneagrama e o corpo e vice-versa.

A psicologia corporal surgiu com o cientista natural, médico, psicanalista Dr. Wilhelm Reich. Ele foi discípulo de Freud e ao discordar da psicanálise a partir da dificuldade que a livre associação produzia na maioria dos pacientes, propôs que o corpo fala mais do que a boca. Neste sentido, Reich desenvolveu seu trabalho de uma vida, uma extensa pesquisa teórica e prática sobre como o corpo tem a mesma importância que a psiquê no processo de desenvolvimento do individuo. E, ainda mais, como nossas enfermidades estão presentes nos dois caminhos, sequestrando a energia vital que necessitamos para viver.

A couraça de caráter e a couraça muscular são funcionalmente identicas

As etapas do desenvolvimento emocional pelas quais uma pessoa passa desde a sua concepção até a adolescência é algo extremamente fascinante, que denominamos ontologia. Desenvolver significa progredir, crescer, amadurecer e conforme a criança vai crescendo, se desenvolvendo, vai apreendendo novas experiências que ficam registradas na memória celular em forma de inprintings, marcas, registros.

Ao se desenrolar este desenvolvimento, estes imprints, essas marcas ou registros vão se fixando no corpo e na psique e vão formando o que chamamos de traços de caráter ou personalidade, ou Tipo, no Eneagrama. Para a psicologia corporal isto não é meramente um construto psíquico, mas uma realidade no corpo. O inconsciente é o próprio corpo da pessoa.

Estas marcas, quando se repetem durante o processo do desenvolvimento infantil vão formando o que Reich denominou de couraça muscular do caráter, que são tensões musculares crônicas diante de suas relações consigo, com o pai ou a mãe e com o mundo que a cerca.

O desenvolvimento infantil

Estas couraças formam sete estruturas musculares, como anéis perpendiculares ao corpo, que correspondem as etapas do desenvolvimento infantil:

  • Etapa de Sustentação – da fecundação a aos 10 primeiros dias. Ligada aos segmentos ocular (olhos, pele, ouvido, nariz) e ao segmento diafragmático.
  • Etapa de Incorporação – Da primeira mamada até 2 anos aproximadamente. – está ligada ao segmento oral
  • Etapa de Produção – Inicia com o desmame e vai até 3 anos. – está ligada ao segmento cervical e peitoral.
  • Etapa de Identificação – É a partir do quarto ano de vida que se inicia a etapa que a criança é capaz de fazer identificações – está ligada ao segmento pélvico.
  • Etapa de Estruturação – Essa etapa tem início aos cinco anos de vida e se estende durante toda a puberdade, até o início da adolescência. Confirmando e concluindo couraças de caráter.
Fases onde a criança assenta seus traços de caráter

As quatros primeiras etapas são fundametais e são nestas fases onde o caráter / personalidade vai se fundamentar nas relações com as figuras maternas e paternas.

O que Reich propôs e provou com todo o seu trabalho e de seus seguidores posteriormente é que o corpo não é uma representação do meu EU. O corpo é o EU formado nas relações mais fundamentais e tudo o que se passa na psiquê, está ancorado no corpo, restringindo o fluxo da energia vital pelo aparato biofísico, gerando o adoecimento.

Aqui já existe muito diálogo, uma vez que o Eneagrama também tem nas etapas do desenvolvimento infantil a sua base. Isto facilita muito ao relacionar EneaTipos com Traços de Caráter e por conseguinte couraças envolvidas.

Como o Eneagrama pode auxiliar na clínica da análise Reichiana?

• Rápido foco no problema central – é comum a pessoa chegar ao consultório relatando sintomas, comportamentos, mas dificilmente consegue saber o porquê isto acontece com ela. Então, observando a pessoa, sua arqueologia psíquica e corporal, a terapia avança rapidamente, uma vez que não se busca tratar o sintoma, mas os traços de caráter que estão mais atingidos ou Tipo e o conflito por ela reproduzido.

Por exemplo: quando, identifico que os sintomas que a pessoa descreve na annamese, trata-se de um possível traço do Eneatipo 1 já foco minha atenção na contenção oral da raiva e no controle cervical.

Foco dos egmentos corporais e Centros Vitais – Conhecendo os Centros vitais, é possível ganhar terreno na terapia focando o trabalho nos segmentos ligados ao Tipo.

Por exemplo: Um tipo 6, embora possa ter problemas em outros segmentos, sempre começamos trabalhando o segmento ocular, onde reside o medo.

Conhecer as paixões do tipo aumentam consideravelmente as chances de sucesso na análise. Quando falamos em paixão, falamos em sensação e corpo. Então, toda paixão está ligada à forma como nos acomodamos às ameaças externas.

Por explo: ao lidar com um tipo 2 imediatamente começo um tratamento de choque, atacando o orgulho, para que a pessoa note como esquece de si, através de trabalhos corporais que a façam perceber isto no próprio corpo e aprofundamos a partir disto.

Como a análise Reichiana auxilia na descoberta do Eneagrama?

Sensibilização do Centro / segmento encouraçado: Na terapia corporal a teoria dos Centros se torna viva, porque a pessoa percebe no corpo, através do trabalho corporal, como a energia se concentra naquele segmento, aumentando muito a auto-percepção.

Por exmplo: O tipo 4 percebe rapidamente a sensação de vazio no Centro emocional, ligado ao segmento torácico e diafragmático ao trabalhar sua base oral.

Projeto terapêutico de desenvolvimento: A análise Reichiana possui método e objetivo, seja uma terapia breve ou profunda, segue as etapas do desenvolvimento infantil, isto vai levando o individuo a conhecer e entender sua arqueologia e traçar um projeto de desenvolvimento e maturação.

]]>
https://minasi.com.br/a-analise-reichiana-e-o-eneagrama/feed/ 1 3346
Medo e ansiedade https://minasi.com.br/medo-e-ansiedade/ https://minasi.com.br/medo-e-ansiedade/#respond Thu, 13 Aug 2020 18:52:50 +0000 https://minasi.com.br/?p=2150
Medo tem algo a ver com a ansiedade? Vamos conversar sobre isto…
]]>
https://minasi.com.br/medo-e-ansiedade/feed/ 0 2150
A Terapia Reichiana e o Eneagrama https://minasi.com.br/a-terapia-reichiana-e-o-eneagrama/ Sat, 15 Sep 2018 14:39:13 +0000 https://minasi.com.br/?p=1476 Muitas vezes sabemos qual é a causa da nossa dor emocional e no entanto, não encontramos uma maneira de fazer as mudanças necessárias para alcançar um dia-a-dia mais feliz. A Terapia Corporal e Eneagrama é um trabalho físico, emocional e energético adaptado à personalidade de cada um para conseguir uma profunda transformação que se reflete na convivência como casal e com outras pessoas.

Experiências corporais

O Eneagrama clássico – a teoria da personalidade desenvolvida Oscar Ichazo e o psicólogo Claudio Naranjo nas décadas de 1960 e 1970 – fornece uma estrutura de nove personalidades ou eneatipos, e cada um deles propõe experiências, práticas corporais e emocionais.

Estas experiências modificam a estrutura da couraça muscular que nos condicionam. Ao se livrar delas, as mudanças são possíveis na atitude e no modo de se relacionar com os outros.

Identificar a angústia da criança

bebe-chorao-pb

Conhecendo os outros

O conhecimento dos eneatipos serve para entender melhor a si mesmo e as pessoas ao seu redor. Mostra-nos como cada um trabalha e produz uma mudança de olhar, nos torna mais compassivos e empáticos nas relações com os outros.

De você para você

Terapia Corporal e Eneagrama serve para parar de olhar a si mesmos e aos outros com óculos simplistas, de modo que abandonamos o uso da culpa e das demandas e começamos a nos relacionar como iguais.

O que é Caráter?

Do ponto de vista do Eneagrama, o caráter de cada pessoa é uma estrutura que se desenvolve na infância para evitar ou se adaptar a uma série de situações que são dolorosas ou angustiantes. Esse caráter ou eneatipo finalmente se cristaliza no final da adolescência, quando a pessoa termina seu processo de crescimento psíquico, físico e emocional.

O problema da couraça.

couraC3A7a-reichMas o que desenvolvemos não é apenas uma série de idéias ou crenças mais ou menos precisas sobre si mesmo ou sobre o mundo.

Cada tipo é definido por uma cadeia de reações e bloqueios corporais crônicos que constituem uma couraça física e emocional autêntica, limitante e que permite apenas um único padrão de funcionamento e relação.

Sugador de energia.

Esta couraça nos protegeu durante a infância e ao mesmo tempo reduziu nossa energia disponível para a vida, já que uma grande parte é deslocada como supressor, para conter a angústia de possíveis desastres: falta de amor, abandono, rejeição, falta de atenção… A couraça é responsável por sensações de desprazer em nosso corpo e ela nos dá a impressão de tropeçar sempre na mesma pedra dentro do relacionamento.

Desenvolver o potencial

Quando nos tornamos adultos, temos a possibilidade de superar os padrões limitantes e liberar a energia necessária para continuar nosso crescimento. Pode-se afirmar que, se permanecermos estagnados ou fixados em nossa couraça corporal, deixamos de ter metade da energia para dedicar ao crescimento pessoal.

Da teoria à prática efetiva

Muitas pessoas ouviram falar do Eneagrama ou leram um livro e, por curiosidade, tentam incorporá-lo em sua vida, mas o vêem como um sistema semelhante ao horóscopo. Perguntas do tipo são perguntadas: que número eu sou, que número é meu parceiro ou como posso alterar o número ou o tipo, qual é o melhor?

Essas pessoas buscam um elemento transformador, pois sentem a insatisfação de viver “no copo meio vazio”. A vivência do Eneagrama no corpo propõe uma prática abrangente que amplia a capacidade de se conectar profundamente consigo mesmo e com os outros.

UM MÉTODO PARA TRANSFORMAR-SE

Algumas pessoas que conheceram o Eneagrama  em cursos ou Workshops, tanto teóricas quanto vivencias podem sair com convicções assim “Eu sou um 6 então eu já compreendo o que acontece comigo” ou na dúvida “não sei se eu sou um 2 ou um 4”, mas são ideias que os prendem mais em seu caráter. Na verdade, o objetivo do Eneagrama é a transformação. É uma ferramenta valiosa para saber qual caminho que uso para minhas neuroses. Mas também mostra como “deixar de sê-lo“. Se você se trás o Eneagrama para o corpo, e não apenas para o conhecimento e vontade, você embarca em um caminho de transformação pessoal.

Remova a tapa-olhos

O primeiro passo é entender que o número ou o eneatipo é uma maneira de se desconectar de si mesmo e se tornar um autômato. O segundo, é identificar qual é a couraça corporal do seu Eneatipo e começar a trabalhar para afrouxar, e o terceiro e último passo é ver quais aspectos emocionais devem ser desenvolvidos. O próximo desafio é trabalhar o Eneatipo nos relacionamento: é aí que os mecanismos automáticos são acionados e se perde o contato com a própria essência. Um bom exercício pode ser perceber o que exigimos do outro não-verbalmente. O que queremos da outra pessoa e não de nós ousamos dizer isso em voz alta?

No casal

pexels-photo-556662
Foto por luizclas em Pexels.com

A Fixação no padrão faz com que os casais entrem em dinâmicas doentias. Pode parecer que tudo está indo bem, mas há uma distância física profunda ou uma desconexão emocional em relação às relações sexuais. Nesses casos, é onde a corporalidade do eneatipo mais age, que não é controlável e mostra a verdade de nosso caráter. É no mundo dos relacionamentos e do casal onde a Terapia Corporal e o Eneagrama é mais efetivo, pois amplia a capacidade de intimidade e liberação dos antigos comportamentos automáticos e, portanto, do medo da entrega e do contato real com o outro.

UM EXERCÍCIO PARA CADA ENEATIPO

Em uma sessão de Terapia Corporal e Eneagrama , a dinâmica e os exercícios estimulam a transformação que cada pessoa requer com base em seu caráter de base.

1. O perfeccionista
DESCRIÇÃO: procura o amor sendo perfeito. Muito autocrítico, meticuloso e rígido, tenta “ser bom”.
EXERCÍCIO: a pessoa se deita e o terapeuta que o ajuda gentilmente move os membros de maneira improvisada. Os movimentos devem ser suaves, mas desordenados e imprevisíveis. A pessoa deitada deve simplesmente se deixar fazer, com o corpo completamente solto e deixando as articulações livres.
2. O ajudador
DESCRIÇÃO: o amor aos outros é garantido oferecendo ajuda, mesmo que eles esqueçam suas próprias necessidades.
EXERCÍCIO: Como pessoas muito dependente dos outros, elas têm dificuldade em manter seu próprio eixo físico. A proposta consiste em andar com o olhar centrado em um ponto, com a coluna ereta e evitando muito balanço dos ombros e quadris. Mesmo que isso lhes custe, ajuda-os a centrar a atenção.
3. O empreendedor
DESCRIÇÃO: quer ganhar o amor dos outros através das realizações e da imagem.
EXERCÍCIO: são pessoas vigilantes que acham difícil relaxar. O exercício consiste em equilibrar a respiração: inspira-se contando 5 segundos, o ar é retido por mais 5 segundos, é exalado durante 5 segundos e o mesmo tempo é esperado antes de inspirar novamente. Pode ser repetido várias vezes.
4. O romântico
DESCRIÇÃO: ele anseia por amor quando está ausente ou não o tem, mas fica desapontado quando está perto.
EXERCÍCIO: são pessoas que têm dificuldade em manter os pés na terra Portanto, os exercícios com os pés os ajudam. Por exemplo, pise em uma bola de tênis e massageie a planta dos pés com ela enquanto tenta soltar e expandir sua respiração. Em seguida, é verificado se a qualidade do contato com o solo foi alterada.
5. O observador
DESCRIÇÃO: ele se sente desconfortável com a intensa emoção em público e valoriza muito a sua independência.
EXERCÍCIO: a proposta é deitar-se no chão e alongar muito, pouco a pouco, enquanto tomam o máximo de ar, para depois recuar para uma posição fetal, e ir lentamente expirando o ar. 
Isso os oxigena e os ajuda a desdobrar seu corpo além do usual, tomando presença.
6. O soldado
DESCRIÇÃO: leal, mas questiona o amor e a possibilidade de um futuro promissor. Teme a perda.
EXERCÍCIO: muito vigilante e com controle excessivo, faz bem a eles o mesmo exercício do Eneatipo 3, mas na companhia de alguém amigável que lhes gentilmente seguram a cabeça e giram lentamente. É um exercício difícil, mas, finalmente, muito relaxante e excitante para este Eneatipo.
7. O epicurista
DESCRIÇÃO: anseia por uma vida fabulosa. Ele se sente atraído pelo prazer e vive o amor como uma aventura.
EXERCÍCIO: ajuda-os um exercício que combina atenção e respiração. Sentado em postura de meditação, de frente para uma vela, a uma distância de aproximadamente 40 cm, respira-se devagar  por dez minutos, de forma que a chama se mova. Evitar se evadir mentalmente e manter cabeça e coluna alinhadas.
8. O chefe
DESCRIÇÃO: expressa amor através da proteção e poder. É intenso e evita depender do outro.
EXERCÍCIO: essas pessoas acham difícil treinar habilidades motoras sutis e finas. Proponho um exercício com um balão: você deve inflá-lo e movimentar-se pela sala sem tocá-lo com as mãos e sem cair. Se cair, nada acontece, apenas comece de novo. Quando se soltar mais, pode ser feito com música.
9. O mediador
DESCRIÇÃO: É mais fácil para ele saber o que você não quer do que ele quer, já que ele teme o conflito.
EXERCÍCIO: Este Eneatipo se assemelha ao 5 em tudo relacionado ao seu excessivo controle emocional. O exercício básico é o mesmo, mas neste caso recomendo fazê-lo na companhia de alguém que se ponha alguma resistência ou obstáculo aos movimentos corporais de contração e expansão.
]]>
1476
Controlando as emoções no pescoço https://minasi.com.br/controlando-as-emocoes-no-pescoco/ https://minasi.com.br/controlando-as-emocoes-no-pescoco/#respond Wed, 07 Mar 2018 19:13:30 +0000 http://minasi.com.br/?p=1202 Um dos segmentos mais difíceis para um completo desbloqueio energético é o Cervical. Nele encontramos o pescoço, que é a sede do Narcisismo primário. Geralmente, não damos muita importância ao pescoço, a não ser quando temos torcicolo ou como se diz popularmente “um mal jeito”.

No entanto, neste segmento está a primeira divisão psicossomática do indivíduo (a segunda é a difragmática), onde separamos o que pensamos daquilo que sentimos, separando cabeça do corpo.

Anatomicamente falando, todos temos a mesma espessura no pescoço, mas na realidade acabamos por forçar muscularmentpescoco_criancae este segmento tornando-o ou fino demais ou grosso demais. Para isso, vai depender do nosso processo de desenvolvimento psicologico durante a infância.

No desenvolvimento infantil, geralmente aprendemos a usar o pescoço como um elemento de controle, quando precisamos aparentar que somos maiores, esticamos o pescoço; quando nos sentimos inferiores, afundamos o pescoço aparentando humildade; quando precisamos dar conta de coisas que parecem maiores que nós mesmos, engrossamos o pescoço, endurecemos, tencionamos. Assim, o corpo vai aprendendo, junto com a psique a lidar com situações vivenciais que não pudemos ou não soubemos como resolver. O problema é quando essa situação se prolonga ou quando sentimos que ela se repete, por exemplo, uma criança que vive em um lar onde recebe humilhações constantes, certamente vai descobrir no pescoço um recurso de controle da situação, que pode ser endurecido ou afundado, dependendo do caráter em desenvolvimento.

pescocolateralNo segmento cervical temos outros órgãos importantes, que também são afetados por este comportamento controlador: laringe, faringe, amígdalas, tireóide e paratireoide e músculos importantes. Aqui encontramos a defesa primária quando “temos que engolir” situações à força, então o desenvolvimento da psique de controle vai passar pelo pescoço.

Como adultos acabamos por continuar agindo da forma que a criança aprendeu a lidar com o mundo através de seu corpo. Ao nos fixarmos exageradamente no pescoço, podemos desenvolver um traço de caráter narcisista, que vai sempre mascarar nossas relações com o mundo e com os outros, numa forma de controle externo daquilo que não consegui lidar internamente.

Segundo Frederico Navarro, na vegetoterapia caracteroanalítica o trabalho com o pescoço libera os segmentos seguintes, principalmente o torácico, para um desbloqueio. A Bioenergética também oferece recursos para o trabalho no segmento cervical, quando notamos o exagero do controle ou mesmo quando não conseguimos controlar nada.

Dentro dos ensinamentos do Eneagrama podemos encontrar diversos tipos psicológicos que estando diretamente ligados ao pescoço e ao controle, começando pelo Eneatipo 2, cuja paixão é o Orgulho. Um recurso onde as pessoas deste tipo vão se distanciar do segmento torácico, do peito, onde está o nosso Self. O Eneatipo 1, onde o controle é muito importante, de forma a tornar às vezes crônico, tanto o pescoço quanto o segmento oral, usando os dois como um filtro para a raiva. No Eneatipo 8 temos um engrossamento muscular do segmento cervical, que serve para aumentar o seu poder e dar suporte ao segmento Oral, que é muito exigido por conta da liberação da Raiva.

Na verdade, todos os Eneatipos vão apresentar um problema ou outro neste segmento, tornando-o um dos mais importantes elementos de cisão no corpo e nos afetos.

Um bom exercício para o pescoço é deitar-se numa superfície segura, onde se apoie bem as costas e a lombar; dobrar as pernas; e lentamente movimentar a cabeça para o lado direito e para o lado esquerdo, focando mentalmente nas situações e emoções que tanto se desejar controlar no dia-a-dia.

Fale com o seu terapeuta sobre como você utiliza o segmento cervical, o pescoço, como forma de controle da realidade e das emoções.

Vmk8WGc.gif

]]>
https://minasi.com.br/controlando-as-emocoes-no-pescoco/feed/ 0 1202
O cavalo e os dois cavaleiros https://minasi.com.br/o-cavalo-e-os-dois-cavaleiros/ Wed, 28 Feb 2018 11:19:32 +0000 http://minasi.com.br/?p=1164 Havia um menino que queria apreender a lutar judô. Era um sonho, repetidamente falado ao pai que, descuidado, nunca viabilizava o desejo do menino. Um dia, triste dia aquele, num acidente de carro, o menino de sete anos ficou gravemente ferido e perdeu o braço direito. Foi terrível essa perda e trouxe uma depressão demorada. Além de tudo, jogou por terra o sonho antigo de lutar judô. Custou para sair da depressão. E quando saiu, voltou o sonho de lutar judo, para desespero da família. Com receio do estrago que uma nova decepção poderia fazer na vida daquele menino, o pai falou com o mestre de judo e pediu que aceitasse o menino na escolinha. O mestre concordou. E o menino começou as aulas de judô. Um mês depois, porém, o desânimo já havia substituído o sonho.

Durante aquele mês, todos os meninos haviam apreendido vários golpes e ele, apreendera apenas um único golpe, que repetia todos os dias, enfadonhamente. Mas o sonho teimava em voltar… e o menino persistiu. Até ao final do ano, quando enfim resolveu desistir e comunicou aos pais a decisão. O alívio da família durou pouco, pois durante as férias anunciaram um campeonato de judo na cidade e o mestre inscreveu o menino sem braço direito. Surpresos e apreensivos, os pais falaram com o mestre e o sábio pediu um voto de confiança: eu sei o que estou fazendo. Podem confiar em mim. Eu assumo a responsabilidade!

E assim foi. E assim começou o campeonato. Na primeira luta, o ginásio tremeu prevendo o pior: o adversário partiu para cima do menino sem braço direito, que se defendia conforme podia, acuado e cada vez mais golpeado. Até que, num momento de desespero, ele inventou de aplicar o único golpe que sabia e… ganhou a luta!  Coincidência, sorte, acaso – comentavam na cidade. Chegou a segunda luta e a história se repetia. O menino cada mais acuado pelos golpes do adversário, defendia-se conforme podia… e quando não suportava mais a força da luta, quase no desespero, aplicou o seu único golpe… e venceu a luta.

maxresdefault.jpg

E assim, de luta em luta, aquele menino sem braço direito, foi chegando na final do campeonato. Era o assunto na cidade. Os pais ficaram apavorados e mais uma vez falaram com o mestre, que os tranquilizou dizendo que assumia a responsabilidade. Mas o adversário da final era muito experiente. O ginásio lotado previa o pior. A luta começou e os pais fecharam os olhos temendo o desastre anunciado. O adversário, experiente de verdade, partiu para cima com tudo… e o menino sem braço direito acusou os golpes pesados. E, mais no sufoco do que na estratégia, resolveu aplicar seu único golpe… e ganhou a luta! O ginásio foi à loucura e a imprensa caiu em cima do mestre: como pode um menino sem braço direito vencer o campeonato de judô?! E o mestre respondeu sereno: tem dois segredos! O primeiro, é que esse golpe é muito importante na arte do judô… e esse menino, treinou todos os dias, durante o ano inteiro, esse mesmo golpe. Ele se tornou especialista nesse golpe e executa-o na perfeição. E o segundo segredo é que, a única forma do adversário se proteger desse golpe, é segurando no braço direita de quem o aplica!

A parábola do menino sem braço é o retrato falado da nossa história. Passamos a vida repetindo o mesmo golpe, os mesmos mecanismos da nossa Personalidade, porque deram certo lá na infância e continuamos executando religiosamente a mesma estratégia ao longo da vida, até nos tornarmos especialistas nisso. A Personalidade é o golpe de mestre que aprendemos e aperfeiçoamos. É a nossa especialidade de sobrevivência. Somos muito bons nisso, sem dúvida! Esse é o primeiro segredo.

O segundo nos lembra que a nossa fraqueza é a nossa força. Dizia Paulo Apóstolo: “quando sou fraco, então é que sou forte”. Ele demorou para entender isso e antes de chegar a essa descoberta, cansou de pedir a Deus que o livrasse do espinho na carne – e talvez não seja difícil descobrir qual era o espinho na carne  de Paulo, se concordarmos que ele seria Tipo Um. Quando temos consciência do nosso ponto fraco, quando temos consciência que a nossa Personalidade nos cega e pode cavar o nosso fracasso… mas a aceitamos e acolhemos, ela passa a ser o sinal de alerta, a luz vermelha que acende no painel do carro, para dizer que a temperatura subiu e o o motor corre perigo. A consciência da nossa vulnerabilidade é o início imprescindível do nosso caminho de transformação. E a Personalidade que antes incomodava, passa agora a ser aliada no caminho de volta para a Essência.  A cicatriz é o lugar por onde entra a luz –  dizia o místico Rumi. Onde habitou o pecado, superabundou a graça,   diz o Hino do anúncio da Páscoa na tradição Cristã.

 Personalidade e Essência, cavalo e cavaleiro, em sintonia, no mesmo rumo.  Mas tem um segredo aí no meio desse caminho. Lembramos a história da mosca que caiu no copo de leite e sentiu seu corpo se afogando… e, no desespero, bateu as asas com força, foi se criando aquela nata por cima do leite, a mosca subiu na película de nata e conseguiu escapar. No dia seguinte a mesma mosca caiu num copo com água e sentiu novamente o corpo afundando… mas agora, ela já sabia a solução! Bateu as asas com força… cansou e morreu afogada. A Personalidade é  aquela  estratégia que deu certo um dia na nossa infância… e que nós passamos a repetir em todas as situações. Às vezes dá certo…. e nós vamos assim reforçando a trilha mental que torna essa resposta cada vez mais mecânica e inconsciente. Mas afundamos também, muitas vezes, por usarmos a estratégia certa, na hora errada.

Por isso, se muitas vezes a Personalidade protege a Essência e se outras tantas vezes a submerge ou cega, urge descobrir o segredo, o terceiro ponto, o Ponto da Consciência, que nos permite, em cada momento concreto, olhar a Personalidade e a Essência e discernir qual é a energia mais favorável nessa situação concreta. O Ponto da Consciência é o lugar da auto-observação, um espaço neutro, onde nos tornamos espectadores de nosso teatro interior, conscientes das vozes que nos habitam e podemos, a partir dele, reger a orquestra, sem nada excluir, mas integrando e encontrando o momento certo para cada ator assumir a boca da cena. Inácio de Loyola, grande mestre da vida interior, chamava a isso Indiferença.  Um estado de liberdade interior, de desapego, a partir de onde podemos fazer opções, sem condicionamentos, na liberdade. É um estado de não julgamento. A percepção livre de que há momentos em que a Personalidade ajuda e outros em que a Essência pode fluir livremente.

A Essência nos foi dada, é dom gratuito do Criador. Apenas acolhemos e devemos ser gratos por isso. A Personalidade foi construída por nós, mas de modo inconsciente, num jogo de reações defensivas. Mas este terceiro espaço, precisa ser construído por nós e só a consciência pode fazer essa empreitada. É o nous da Filosofia Grega, é aquele estado de observação onde nos tornamos testemunhas de nós mesmos. Gosto de chamá-lo de Estado Meditativo, ou Ponto da Meditação, pois a meditação é sem dúvida O Caminho que nos coloca nesta trilha de busca e encontro do equilíbrio.

dois-cavaleiros-num-sc3b3-cavalo-londres3
Um cavalo, dois cavaleiros

Então, além do cavalo e do cavaleiro, procuramos o terceiro elemento. Os Templários, expressavam sabiamente e de forma emblemática esta compreensão, num símbolo que se formou mágico na sua tradição: um cavalo, com dois cavaleiros!  O Cavalo é a Personalidade, o meio de transporte, a condição de estarmos e nos movermos neste chão que habitamos em nossa existência na Terra. Um dos cavaleiros é a Essência, a intuição sagrada que nos guia no rumo da fonte que tem sede de quem tem sede, como dizia Rumi. A Essência  é pura, inocência pura, bondade natural, leveza, aquele estado de comunhão com o Uno onde nos sentimos verdadeiramente Um. É confiança, entrega, abandono total. A Essência não tem defesas. Quando experimentamos o estado de Essência, geralmente perdemos até a noção de tempo e de espaço. Saímos deste plano temporal e entramos na Eternidade. Os breves momentos em que que saboreamos a Essência, são amostras grátis da Eternidade. A Eternidade, o Sagrado, o Divino… está dentro do Tempo, porque  Deus é presente, palpável, encontrável, experienciável. E é nesse ponto que Deus e o Ser Humano se encontram e são Um, quando a Personalidade e a Essência se abraçam e nesse ponto fora da curva podemos degustar a amostra grátis de Eternidade.

A Personalidade é a saudade da Essência. O muro que nos separa da Essência, mas que também nos une a ela. A janela que impede o vento… ou que se abre para o vento passar. Se a Essência nos dá asas, a Personalidade nos deu os pés para andarmos neste chão, sobre pedras e espinhos, como Ícaros de pés alados.

O segundo cavaleiro é a Consciência. Na alegoria dos Templários, é o cavaleiro de trás,
não é ele que guia o cavalo, mas ele tem uma visão ampla, que lhe permite ver o cavalo e o outro cavaleiro e falar com os dois, como o Conselheiro  neutro que ao mesmo tempo

Cavaleiros Templários.Desenho de Juan Díaz.jpg
O segundo cavaleiro é a Consciência

enxerga as estrelas que atraem e os buracos do chão onde pisa ou as pedras do caminho que trilha. Ele alerta a Essência para se manter realista, percebendo o caminho e desperta o olhar do cavalo para enxergar além das pedras de tropeço e fixar o coração no horizonte mais além. É de sonho e de pó o destino de um só, cavalo e cavaleiros, nessa tríade sagrada que supera todos os dualismos. Dizia Rumi que  para além do certo e do errado, existe um campo sagrado. Porque é sagrado também esse terceiro ponto que a Lei do Três nos relembra. É o sagrado consciente, o sagrado experimentado, vivenciado, o que talvez possamos de verdade chamar espiritualidade, ou inteligência espiritual, ou talvez o que Gurdjieff chamava de  Quarto Caminho.

O segredo Templário  de andar pela vida, despertos, com os pés calejados pisando nas pedras do caminho e os olhos encantados e atraídos pelo horizonte! Se houver apenas o cavalo e o cavaleiro, ou o cavalo leva o cavaleiro para onde este não quer, por não ser a sua origem e seu destino… ou o cavaleiro briga com o cavalo e perde o controle sobre ele e assim fica sem meio de transporte para chegar mais longe. A Consciência é o diplomata que reconcilia Personalidade e Essência, conciliando a vontade de ir para um lugar e a capacidade de chegar lá. Não adianta andar por aí sem saber onde se quer chegar, como também não adianta saber para onde se quer ir,  sem ter como lá chegar. Não há vento favorável para quem não sabe onde quer chegar e mais importante que a liberdade de voar é saber para onde ir. Mas também não adianta o vento soprar forte, se o barco não tiver as velas abertas.  A Personalidade é a vela da jangada e o jangadeiro é a Consciência que enxerga o caminho, guiado pelas estrelas. A Personalidade é o GPS que nos guia na busca da Essência, na volta para casa, de onde vimos e para onde vamos, porque esse GPS registrou o itinerário que fizemos ao sair de casa, como o  gato do português.  Só ele sabe o caminho de volta e por isso pode ajudar-nos.

A Essência nos foi dada. A Personalidade foi construída por nos, mas de modo inconsciente. A Consciência, essa sim, é a construção responsável que a vida nos convida a fazer, reconciliando as outras duas dimensões e colocando-as a serviço da Missão de Vida, nesta Cruzada Sagrada em defesa dos lugares santos que nos habitam. Cuide bem da Personalidade, como cuida da Essência, porque as duas são um só – e só a Consciência permite ver isso!

Conta a lenda dos índios Cheroke, que o menino correu para casa assustado e disse que estava com muita raiva do coleguinha que tinha sido injusto com ele. E o velho avô cacique indígena, acolheu o neto, sentou-o nos seus joelhos e disse:  é assim mesmo, meu querido. Nós sentimos raiva e injustiça, desejo de vingança, tristeza e mágoa…  é assim mesmo. Porque dentro de nós tem dois lobos. Um lobo bom, que ama e quer bem, perdoa e abraça… e um lobo mau que anseia por vingança. E esses dois lobos vivem o tempo todo brigando dentro dentro de nós. E conta a lenda que o menino se empolgou com essa parte da história e perguntou animado: – é mesmo, vô?! E quem ganha essa briga?! E vem depois a sábia resposta do velho cacique:  ganha aquele que você alimentar mais.  Mas não termina aqui a sentença. A nossa cultura dualista cortou aqui a sabedoria da lenda indígena. Mas, na verdade, o velho índio teria continuado o ensinamento para o seu neto, dizendo: mas  trate bem o lobo mau, para ele não se voltar contra você.

Personalidade e Essência são os dois lobos que nos habitam. Alimentar mais o lobo bom significa priorizar a Essência, cuidar daquilo que em nos é bom, saudável, sagrado. Mas trate bem a sua Personalidade, respeite-a, para que ela não se volte contra você. Porque o Ego sempre se vinga, quando é desprezado, ignorado ou reprimido.

cavalo-cavaleiro-jogo-xadrezQuando andei pelo Peru visitando as marcas da cultura Inca, passei três dias me perguntando como os invasores puderam destruir aquele povo, por que aquele império não resistiu. E entre muitas explicações e razões para costurar respostas, um elemento simbólico me chamou a atenção: os Incas não conheciam o cavalo e, quando viram aqueles estranhos chegando, homens montados nos cavalos, acreditaram que esses seres estranhos eram deuses, por acharem que o homem e o cavalo eram uma coisa só. Boa simbologia para a nossa conversa. Quando cavaleiro e cavalo se tornam um só, acontece a deificação do ser humano, nos tornamos aquilo que somos de verdade. Aquela garrafa que atravessa os mares, faz com que uma mensagem importante chegue bem longe e se perpetue e até salve vidas. Assim está a Personalidade para a Essência, levando uma mensagem divina através de mares bravios. No dia em que você se ajoelhar perante a sua Personalidade e lhe prestar homenagem e assim honrar também os seus antepassados e as circunstâncias que criaram condições para a sua Personalidade emergir… nesse dia você dará à sua Personalidade a carta de alforria e a promoverá à livre cidadania e, numa aliança de amor, poderá pedi-la em casamento, como na lenda do Kiriku e da Feiticeira Marabá. Ou como o profeta Oseias casou com a Prostituta, ou como o paralítico  curado por Jesus na beira da piscina saiu carregando a sua cama – a cama que antes o carregava e limitava, agora é carregada por ele, porque a tomada de consciência fez perceber que a cama pode ser útil. Ser levado pelo cavalo selvagem desenfreado… ou cavalgar o cavalo domesticado  que me leva ao horizonte que me atrai.

Há que se fazer algo com aquilo que foi feito de nós. Há que se tornar responsável, por aquilo que nos determina. Há que aceitar como a nós mesmos esse Outro que nos visita – dizia Freud.  Somos responsáveis por aquilo que a Vida fez de nós. Responsável é ser capaz de dar uma resposta criativa, trocando o porque pelo para que.

O segundo cavaleiro cuida do cavalo e cuida do outro cavaleiro. A sua posição privilegiada  lhe permite enxergar o caminho de forma mais distanciada e falar no ouvido do primeiro cavaleiro. E assim, este segundo cavaleiro da  Consciência, pode dirigir o cavalo e o cavaleiro para horizontes mais plenos. Enquanto o primeiro cavaleiro fica ocupado em manter o controle do cavalo, o segundo fica livre para enxergar o caminho e o horizonte e discernir os rumos nas encruzilhadas da vida. Cavaleiros do Templo, do templo sagrado que nos foi arrebatado e precisa ser libertado dos infiéis, para nele nos reencontramos com o Divino que nos habita.

Tem muitos cavalos selvagens andando por aí à toa, sem chegar a lugar nenhum. E tem muito cavaleiro perdido brigando com o cavalo e tem também muito cavalo levando cavaleiros por abismos perigosos ou vales ociosos.

Procure o seu cavalo e cuide bem dele. Domestique e amanse, como Santa Marta fez com o seu dragão. Não se deixe iludir pela conversa de S. Jorge no ledo engano de querer matar seus dragões. Coloque rédeas no seu cavalo e afague o rosto dele,  como faz o cavaleiro antes da corrida. Respeite-o. Não maltrate nem se iluda que consegue viver sem ele. Seja a Consciência que conversa com o cavalo e o cavaleiro. Sem o cavalo, você não irá muito longe, mas o cavalo sozinho pode se perder e botar a perder o cavaleiro. O valor do cavalo está no que ele permite ou proporciona ao cavaleiro. Quem ganha o prémio na corrida hípica é sempre o conjunto  harmonizado. Nenhum cavalo ganha corrida sem cavaleiro e nenhum cavaleiro ganha corrida sem cavalo. Mas precisa ter liga, cavalo e cavaleiro. Se não tiver sintonia, o cavalo derruba o cavaleiro. Qual é o melhor cavalo? Depende! Para marchas longas tem um e para corridas rápidas tem outro. Para o trabalho agrícola já seria outro e nas touradas já é outra raça. O cavalo está para o cavaleiro assim como a Personalidade está para a Essência: a serviço, em sintonia, num conjunto harmonioso. Tem cavalo que dá coice e tem cavalo que dança na frente do touro, na tourada à antiga portuguesa. A diferença está no treino e no cavalo adequado.quadro-decorativo-de-xadrez-cavalo-quadro-jogo.jpg

Mas cavalo impetuoso fica parado misteriosamente na frente de uma criança deitada no chão…

Porque a Personalidade se rende perante a beleza e a grandeza simples da Essência, como nas cenas fortes da não violência ativa de Gandhi.

O cavalo alado é o paradigma da Personalidade e da Essência em harmonia. Ou um anjo com os pés no chão, como Ícaro com asas nos tornozelos.

É a Consciência que sabe escolher o cavalo e conversar com ele e tirar dele o melhor. Consciência é saber enxergar as potencialidades e habilidades  do cavalo e sintonizar tudo isso com o sonho do cavaleiro, que lhe vem da Essência. E quando cavalo e cavaleiro sintonizam, tem vencedor no hipódromo da vida. Mas o texto sagrado nos lembra que o homem não vence pela força do seu cavalo e adverte também ai do homem que coloca a sua confiança nos cavalos.

Feliz o ser Humano que domestica o seu cavalo e guiado pelo apelo que da Essência lhe vem, passeia conscientemente pelos caminhos da vida, atento às pedras do caminho e saboreando as belezas da paisagem, encantado pela luz do horizonte que o chama mais além.

Feliz o Ser Humano que apreendeu a ser Um no Três e Três no Um, integrando o cavalo e os dois cavaleiros.

Feliz o Ser Humano que ao longo da vida cultiva e aprende a cuidar do segundo cavaleiro, a Consciência, testemunha, observador atento.

De Deus nós vimos, como Essência. A infância nos deu o cavalo selvagem da Personalidade. A Consciência é o cavaleiro que nos guiará de volta ao Uno.

Autor: Pe. Domingos Cunha, CSH

]]>
1164